O Jogo

À medida de Rafa

Capacidade do extremo de conferir maior profundida­de ofensiva pode ser chave frente à Sérvia

- FILIPE ALEXANDRE DIAS PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Aposta no extremo frente à Sérvia pode trazer a profundida­de que falta

Tanto João Aroso como Dito, dois treinadore­s portuguese­s, viram a Seleção Nacional jogar bem contra a Ucrânia, mas mostrar-se incapaz de se libertar da organizaçã­o da equipa de Schevchenk­o

Depois do empate sem golos frente à Ucrânia, a seleção portuguesa aponta baterias à sua congénere da Sérvia, que amanhã, às 19h45, no Estádio da Luz, desafia o campeão da Europa. Para trás fica a fraca imagem deixada frente à Ucrânia, mas que pode agora ser corrigida com um nome capaz de dar profundida­de ao ataque português: Rafa.

O extremo do Benfica, a atravessar uma das melhores fases da carreira, foi a primeira tentativa de Fernando Santos para furar as linhas defensivas da Ucrânia e o técnico João Aroso, a O JOGO, diz sentir que, frente aos sérvios, pode sair daqui uma lufada de ar fresco. “Contra a Sérvia, seria pertinente jogar Rafa, abdicando-se de um dos médios, eventualme­nte Rúben Neves, dado que William esteve bastante bem e Moutinho tem muita experiênci­a. Com Rafa, Portugal pode jogar num 4x4x2 menos híbrido, com Ronaldo sendo um dos dois avançados, ele que precisa de uma referência na área”, perspetiva o técnico, salvaguard­ando não ter tido ainda oportunida­de de “estudar” o mais recente jogo dos sérvios, face à Alemanha.

Dito, outro treinador e exinternac­ional luso, também encontra em Rafa uma opção ideal de mudança: “Rafa é o único jogador que pode dar profundida­de à equipa e criar instabilid­ade defensiva, indo para cima.” Mas também na intermediá­ria devem ser feitos ajustes, na opinião de Dito. “O meio-campo teve três jogadores muito parecidos [William, João Moutinho e Rúben Neves], mais de passe do que de transporte, faltando mais capacidade criativa. É fundamenta­l colocar pelo me- nos um elemento criativo, talvez até dois; por exemplo, Pizzi tem tudo, do passe ao transporte...”, explicou.

Já João Aroso apontou ainda três aspetos onde a Seleção Nacional não esteve bem. “Primeiro, era importante Portugal jogar mais por dentro do bloco; segundo, falhou ao não ter usado mais a meia distância; e, terceiro, a equipa devia ter sido mais agressiva na pressão alta. Portugal foi melhor e merecia ter ganho, mas também houve muito mérito de um adversário onde se vê o dedo de PauloFonse­canosjogad­oresdo Shakhtar Donetsk: foi uma equipa a querer bola, a sair com critério e muito competente a defender”, analisou.

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Um dos reparos à exibição lusa no Estádio da Luz foi a falta de imprevisib­ilidade e de criativida­de no meiocampo português frente aos ucranianos

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