À medida de Rafa
Capacidade do extremo de conferir maior profundidade ofensiva pode ser chave frente à Sérvia
Aposta no extremo frente à Sérvia pode trazer a profundidade que falta
Tanto João Aroso como Dito, dois treinadores portugueses, viram a Seleção Nacional jogar bem contra a Ucrânia, mas mostrar-se incapaz de se libertar da organização da equipa de Schevchenko
Depois do empate sem golos frente à Ucrânia, a seleção portuguesa aponta baterias à sua congénere da Sérvia, que amanhã, às 19h45, no Estádio da Luz, desafia o campeão da Europa. Para trás fica a fraca imagem deixada frente à Ucrânia, mas que pode agora ser corrigida com um nome capaz de dar profundidade ao ataque português: Rafa.
O extremo do Benfica, a atravessar uma das melhores fases da carreira, foi a primeira tentativa de Fernando Santos para furar as linhas defensivas da Ucrânia e o técnico João Aroso, a O JOGO, diz sentir que, frente aos sérvios, pode sair daqui uma lufada de ar fresco. “Contra a Sérvia, seria pertinente jogar Rafa, abdicando-se de um dos médios, eventualmente Rúben Neves, dado que William esteve bastante bem e Moutinho tem muita experiência. Com Rafa, Portugal pode jogar num 4x4x2 menos híbrido, com Ronaldo sendo um dos dois avançados, ele que precisa de uma referência na área”, perspetiva o técnico, salvaguardando não ter tido ainda oportunidade de “estudar” o mais recente jogo dos sérvios, face à Alemanha.
Dito, outro treinador e exinternacional luso, também encontra em Rafa uma opção ideal de mudança: “Rafa é o único jogador que pode dar profundidade à equipa e criar instabilidade defensiva, indo para cima.” Mas também na intermediária devem ser feitos ajustes, na opinião de Dito. “O meio-campo teve três jogadores muito parecidos [William, João Moutinho e Rúben Neves], mais de passe do que de transporte, faltando mais capacidade criativa. É fundamental colocar pelo me- nos um elemento criativo, talvez até dois; por exemplo, Pizzi tem tudo, do passe ao transporte...”, explicou.
Já João Aroso apontou ainda três aspetos onde a Seleção Nacional não esteve bem. “Primeiro, era importante Portugal jogar mais por dentro do bloco; segundo, falhou ao não ter usado mais a meia distância; e, terceiro, a equipa devia ter sido mais agressiva na pressão alta. Portugal foi melhor e merecia ter ganho, mas também houve muito mérito de um adversário onde se vê o dedo de PauloFonsecanosjogadoresdo Shakhtar Donetsk: foi uma equipa a querer bola, a sair com critério e muito competente a defender”, analisou.