O Jogo

“Em campo, não sentimos diferença para os grandes”

RAFA SOARES Ambição Defesa refere que encontrou em Guimarães um clube apaixonant­e e que não fica atrás dos que lutam por títulos. Ganhar troféus é a meta a longo prazo

- TOMAZ ANDRADE

Rafa Soares vê o Vitória cada vez mais perto dos títulos

Na terceira colaboraçã­o com Luís Castro, Rafa Soares é um dos destaques do Vitória. O defesa soma cinco assistênci­as para golo e forma na asa esquerda uma parceria endiabrada com o brasileiro Davidson

Aos 23 anos, após ter representa­do todas as equipas do FC Porto menos a principal, mais Académica, Rio Ave, Fulham e Portimonen­se, Rafa Soares quer estabiliza­r no Vitória e contribuir para o cresciment­o do clube.

O Vitória começou mal a época, recuperou e subiu ao quinto lugar para depois baixar novamente na classifica­ção antes de voltar ao último posto de acesso europeu. Como classifica esta época?

—O campeonato é uma prova difícil. Cada vez mais as equipas estão equilibrad­as em termos de qualidade. Esta época é o começo de um novo projeto, em que a equipa é praticamen­te toda nova e tem um estilo de jogo bem vincado, que requer bastante treino. No início começámos com dificuldad­es, mas depois recuperámo­s.

Há jogos do Vitória com um futebol entusiasma­nte e muitos golos, outros com triunfos pela margem mínima e rendimento previsível. Como se explica essa oscilação? Depende muito da inspiração dos jogadores?

—A inspiração é algo que ajuda, sem dúvida. Quando a semana de trabalho é boa e corre bem, a equipa chega ao jogo com outro ânimo, com mais confiança e tudo sai melhor. Queremos fazer sempre o melhor, mas há jogos em que não o conseguimo­s sem que tenhamos uma explicação válida para o futebol menos bom...

No último jogo, com o Boavista, houve coisas muito boas...

—Foi um exemplo do que somos capazes de fazer. Aliás, trabalhámo­s todas as semanas para que o futebol saia sempre dessa maneira. Por outro lado, não jogamos sozinhos e cada vez mais há um trabalho de estudo dos adversário­s em relação à nossa equipa, de maneira a tentarem anulá-la nos seus pontos fortes. Há equipas que conseguem fazer isso melhor do que outras.

Qual foi a equipa que vos criou mais problemas e que não deixou o Vitória colocar em prática o seu

futebol? —As equipas ditas grandes conseguem impor-se mais facilmente, embora tenhamos feito grandes exibições nesses confrontos. Nesses jogos temos mais espaço, porque essas equipas vêm à procura de um resultado positivo e, dessa forma, conseguimo­s atacar a profundida­de e jogar entre linhas. Depois, há jogos em que as equipas se fecham atrás e tornam a nossa tarefa difícil, porque também apostam em transições e obrigam-nos a estar com máxima atenção.

É uma utopia pensar que o Vitória pode intrometer­se na luta pelo título a curto prazo?

—Depende dos jogadores e daquilo que o clube pensa fazer a curto prazo. A longo prazo o Vitória quer chegar a esse patamar. No imediato, o clube quer ir conquistan­do objetivos e, quem sabe, títulos. Dentro do campo não sentimos grande diferença para os ditos clubes grandes, pelo menos pela amostra desta época. Não fomos felizes em três ou quatro jogos e com vitórias nesses confrontos podíamos estar com mais oito ou dez pontos; não estaríamos a lutar pelo primeiro e segundo lugar, mas se calhar pelo terceiro e quarto. Lutar por títulos é uma boa ideia para ser pensada no futuro.

Sem lutar pelo título, o Vitória tem uma das melhores defesas do campeonato. Qual é a explicação?

—Deve-se a um grande trabalho em termos defensivos durante a semana. A nossa equipa gosta de atacar, mas tenta não perder o equilíbrio defensivo. É um princípio de jogo pelo qual o treinador também batalha muito.

E como é que se faz esse trabalho de equilíbrio defensivo?

—Ora sobe um lateral de cada vez, ora há permissão

“Lutar por títulos é uma boa ideia para ser pensada no futuro”

Rafa Soares

Defesa-esquerdo do V. Guimarães

para os dois subirem e o pivô [n.d.r. Wakaso] equilibra a três; o objetivo é ter sempre três jogadores atrás. O facto de as equipas deixarem um ou outro jogador prontos para a transição obriga-nos a estar perto deles, não lhes damos nem um metro. Mal a bola vem para a nossa defesa há logo uma disputa.

Com 23 anos, já passou por FC Porto, Académica, Rio Ave, Portimonen­se e Fulham, de Inglaterra. O que lhe deu o Vitória?

—O que me surpreende­u, mesmo não sendo uma novidade, foi a massa adepta, a paixão que toda a cidade sente pelo clube. O Vitória tem condições de uma equipa dita grande, tal como o FC Porto e o Fulham.

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