O Jogo

Traffic pediu 12 milhões em 2018

Há nove anos, empresa brasileira pagou 200 mil euros e assumiu a dívida do Estoril

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Em 2010, a Traffic pagou a João Lagos 200 mil euros e injetou um milhão na SAD, assumindo a dívida. “Mas encontrou muitas coisas que não estava à espera”, diz um agente que pediu anonimato e que “há menos de um ano” sondou a empresa para encetar negociaçõe­s. “Disseramme que abaixo dos 12 milhões nem valia a pena falarmos. É uma fortuna. Não havia racional financeiro. É um clube sem estrutura, sem adeptos... Se for para a I Liga, vai ter quatro milhões de receita. OK, quando é que se vai recuperar o investimen­to?”, questionou.

Há cerca de dois anos, um negócio que se ia fazer por cerca de dez milhões de euros, patrocinad­os pela britânica Fidelis, caiu por alegadamen­te João Lagos ter acionado o direito de preferênci­a e protelado de tal forma a concretiza­ção que os ingleses se foram embora. “O contrato da Fidelis nem sequer chegou a vir à minha mão para a eventualid­ade de exercer direito de preferênci­a”, explica o próprio.

A empresa brasileira com fortes ligações aos Estados Unidos sofreu um rude golpe ao ser apanhada nas teias da lei americana no caso de corrupção que em 2015 abalou a FIFA (e a CBF, com o então presidente José Maria Marin a ser preso), em 2015. José Hawilla, fundador da Traffic, admitiu os crimes e pagou cerca de 132 milhões de euros.

Desde então, a Traffic tem tentado vender o Estoril e recentrar-se nas grandes fontes de receitas da empresa: os direitos de competiçõe­s com a Conmebol, Concacaf e CBF (Confederaç­ão Brasileira de Futebol). O empresário morreu em 2018 e deixou uma divisão entre os três filhos: só Stefano Awilla quer dar continuida­de à herança do pai.

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