Rui Rio negou festa portista
CHOQUE Em 12 anos na Câmara, Rio não abriu os Paços do Concelho à festa do título
A última rentrée política do PSD ficou marcada por um minitorneio de futebol, com Rio como jogador
Apesar da polémica, político esteve três mandatos à frente dos destinos da Cidade Invicta. Mantém-se fiel ao princípio que politólogo entende não lhe ser “muito favorável”
Se a tendência é andar de mão dada com o futebol, Rui Rio seguiu em caminho contrário. Ainda como candidato à Câmara Municipal do Porto, em 2001 – apontando críticas aos antecessores Fernando Gomes e Nuno Cardoso–apregoouque a política não se podia “resumir aos êxitos desportivos”e que estes não deviam ser usados de “forma sistemática e abusiva para promoção política pessoal”.
Já na liderança da Câmara portuense, Rui Rio e o FC Porto trocaram galhardetes a propósito da obra do Estádio do Dragão e o mal-estar entre as duas entidades culminou com o facto de o clube não ter festejado a conquista de títulos na varanda dos Paços do Concelho. E isto aconteceu nove vezes nos 12 anos em que foi presidente da edilidade (de 2002 a 2013). A estas conquistas somaram-se títulos internacionais: Taça UEFA, Liga dos Campeões e Taça Intercontinental. Na perspetiva de António Costa Pinto, esta ação não lhe “é muito favorável”.
“Rui Rio, no caso do futebol, como no caso, às vezes, dos meios de comunicação social, como noutros, tem uma dinâmica de choque que não lhe é favorável politicamente. Que aliás, o tem feito sofrer e danificar a sua capacidade enquanto líder do PSD, para ganhar eleições”, considera o politólogo. Apesar de ter acontecido na função autárquica e hoje ser líder de um partido, estas “são marcas negativas para a progressão da sua carreira eleitoral ao nível do PSD”, acrescenta. Rio continua a defender a separação entre política e futebol, e voltou a falar no assunto após os incidentes de Alcochete. É curioso que a última rentrée política tenha ficado marcadaporumminitorneiodefutebol, com Rio como jogador.