O Jogo

Óliver faz contas à liga pela história da formiga

TÍTULO Espanhol está convencido de que o FC Porto vai chegar “ao lugar que merece” porque não se cansa de trabalhar. Em longa entrevista em Espanha, deixa também um aviso ao Liverpool

- CARLOS GOUVEIA

Chegar à final da Champions é um “sonho” que não esconde, assim como o desejo de ser chamado à seleção de Espanha, nem que fosse para ajudar a cortar a relva. Casillas merecia uma Bola de Ouro

Óliver Torres está convencido que o FC Porto vai ser bicampeão nacional, apesar da ligeira vantagem que o Benfica tem nesta altura. “Faltam oito jornadas, jogos que dependem de detalhes, sabemos que não podemos perder nenhum ponto e estamos certos e convencido­s de que, se fizermos o nosso trabalho, no final estaremos onde queremos. É certo que o Benfica tem vantagem no desempate, mas nós somos como formigas que aos poucos vão fazendo o seu trabalho. Estou seguro que vamoschega ronde merecemos ”, sublinhou o médio em entrevista à agência EFE.

A eliminatór­ia com o Liverpool, nos quartos de final da Champions também foi abordada com otimismo. “Somos uma equipa difícil, que pressiona, agressiva, que tem intensidad­e durante os 90 minutos. Somos difíceis de bater. Estou certo de que quando calhámos ao Liverpool, eles pensaram: ‘Vamos ter de lutar muito para passar’. No Dragão, com os nossos adeptos, estou seguro de que, se trouxermos um bom resultado de Anfield, vai ser um jogo muito bonito, intenso e no qual teremos as nossas possibilid­ades de passar”, referiu, sonhando com uma nova presença na final da prova, depois de a ter perdido para o Real Madrid em 15/16, “Não me imagino apenas numa final da Champions no Wanda Metropolit­ano, mas em qualquer estádio, e fico com pele de galinha. É um privilégio que poucos jogadores conseguem ter e jogá-la com o FC Porto seria tremendo. Se fosse no Wanda, seria muito especial. Ganhá-la era um sonho”, considerou.

Ó li verf alou ainda deCasill as, quecon siderou uma referência do FC Porto“nos bons e maus momentos” por ter sempre “uma palavra de ânimo”, mas também porque “sabe quando nos deve picar”, atirou sem esconder o sonho de chegar à seleção principal de Espanha. “Temos uma boa geração... Asensio, Ceballos, Saúl, Jonny, Gayá, muitos que foram meus companheir­os e que vejo lá e digo: ‘bem, também posso estar ali’”. Nem que seja para ajudar aos treinos... “Se tiver de ir à seleção para carregar as bolas, levar água, regar ou cortar a relva, vou”, atirou, consideran­do que o benfiquist­a Grimaldo, com quem jogou nas camadas jovens, também tem lugar na Roja.“P assámos grandes momentos juntos, entendíamo­nos muito bem. Está a um nívelmuito alto e merece a oportunida­de ”, frisou.

Recuando no tempo, Óliver recordou as privações da sua juventude e o esforço familiar para que pudesse singrar no futebol. “O meu pai não podia trabalhar por uma incapacida­de e a minha mãe limpava portões. Quando jogava futebol era a pessoa mais feliz do mundo. Fiz testes no Atlético e passei, mas tive de pagar a casa e as despesas. Os meus pais alugaram uma em Madrid e tinham de pagar essa e a de Navalmoral de la Mata. Foram tempos muito complicado­s. Tinha umas botas de futebol para todo o ano”, recordou, terminando a entrevista a dizer que “Xavi e Iniesta são os dois melhores médios que Espanha teve” e que, por isso, “mereciam uma Bola de Ouro, assim como também o Puyol e o Casillas”, apontou.

“Se tiver de ir à seleção para carregar bolas, para regar ou cortar a relva, vou” Óliver Torres Médio do FC Porto

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Óliver é o terceiro médio da hierarquia de Conceição, a seguir a Danilo e Herrera

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