Gil vale apoio a quem descer
Pedro Proença garantiu reintegração e admite compensar o clube sacrificado
Foram precisas quatro horas de conversa, mas o presidente da Liga conseguiu colocar um “ponto final” nas dúvidas acerca do regresso do Gil Vicente à I Liga, processo que a FPF já avisara não ter discussão
Já lá vão 12 anos, várias decisões judiciais e uma recente alteração aos regulamentos para a reintegração do Gil Vicente na I Liga, escalão do qual foi indevidamente excluído na sequência do caso Mateus, em 2006/07, no entanto, foram precisas ainda quatrohorasdediscussãopara o presidente da Liga convencer o G15 de que, desta vez, é mesmo para valer. “O Gil Vicente, para o ano, estará na I Liga. Esse é um facto adquirido”, afirmou Pedro Proença, certo do “ponto final” no caso e nas dúvidas que surgiram, na semana passada, entre os emblemas da zona de aflição da tabela classificativa, estendida aos três últimos lugares, em vez dos dois habituais, precisamente para se devolver aos gilistas o lugar que nunca deveria ter-lhes sido retirado (e pelo qual esperam, este ano a jogar no terceiro escalão sem acumular pontos). Antes mesmo da reunião, a Federação Portuguesa de Futebol já avisara, na sexta-feira, em comunicado, que o caso não estava aberto para discussão. O que sobrou para acertar foi, admitiu Proença e, depois dele, Paulo Meneses, presidente do Paços de Ferreira e porta-voz do G15, uma forma de “compensar” quem vier a ser “sacrificado” por terminar a época nesse lugar de despromoção extraordinário, o 16.º classificado – hoje, seria o Tondela. “Teremos de cumprir regulamentos e criar condições para que esse clube seja afetado o menos possível”, explicou o dirigente, cujo clube não está, atualmente, na I Liga, mas, mantém o direito de participação no G15 por ano e meio. Encontrar uma forma de garantir “conforto” a quem vier a descer é agora o desafio. A reunião de ontem foi “a conclusão” no capítulo das dúvidas quanto ao regresso do Gil Vicente – mesmo que o assunto não seja consensual, o que “é salutar”, pois convida à reflexão, defendeu Paulo Meneses – e também “ponto de partida” para esta nova discussão, que poderá chegar à Assembleia Geral da Liga.