“Temos de pensar que está 0-0”
Treinador encara o jogo sem pensar na vantagem da primeira mão e garante que o FC Porto não vai passear
SÉRGIO CONCEIÇÃO “Braga será um pouco mais audaz, mais subido no campo, porque tem de ir à procura de fazer golos” “Não podemos relaxar à sombra da vantagem, vamos defrontar uma equipa forte” “Disse que o Braga era candidato porque era matematicamente possível e não para aumentar a pressão”
Conceição espera um Braga mais audaz e admite preocupação em escolher os jogadores nas melhores condições porque estar no Jamor é uma prioridade. Aboubakar ainda não volta neste jogo
A ganhar por 3-0 ao intervalo da eliminatória, Sérgio Conceição espera um Braga mais “audaz” na procura do golo para tentar recuperar e alimentar a esperança de ainda chegar ao Jamor.
De que forma vai abordar este jogo, sabendo que parte com três golos de vantagem?
—O jogo passa por, em termos anímicos, percebermos que estamos a meio de uma eliminatória e não podemos relaxar à sombra dessa vantagem. Temos de pensar que vamos defrontaruma equipa forte e que o jogo está0-0.Éa melhor forma de encararmos este jogo e o prepararmos, com o pouco tempo que tivemos, com o intuito de o ganhar e não em pensar em passar o tempo.
Mas espera um jogo muito diferente daquele que se viu no sábado?
—Não há jogos iguais. Presumo que o Braga será um pouco mais audaz, mais subido, porque tem de ir à procura de fazer golos para ter esperança na presença na final. Irá mudar a sua postura e a sua abordagem, mas em termos de dinâmica e de Braga em si, não vai mudar muito. Os automatismos estão cimentados, é um jogo de mata-mata e não se vai mudar grande coisa em relação ao que se tem feito. Depois pode jogar com dois avançados, ou um avançado e um médioofensivo, aí poderá fazer alguma diferença, mas nem o Braga vai surpreender o FC Porto, nem o FC Porto vai surpreender o Braga.
Admite fazer alguma gestão, sabendo-se que tem o Boavista a seguir e a Champions?
—O jogo poderia estar com outro resultado, que eu pensaria da mesma forma. Tenho de pensar nos jogadores que me dão mais condições para ganharmos. Claro que temos de ter em consideração aquilo que foi o último encontro e qual vai ser o próximo, porque animicamente o plantel está bem. Temos dois jogadores indisponíveis, o Alex e o Marius. Aboubakar está integrado, mas ainda não estará neste jogo. O resto do grupo está bem e cabe-me escolher o melhor onze. Depois pensamos no Boavista. Importante é estarmos concentrados na meiafinal para estarmos no Jamor.
Com pouco tempo entre os dois jogos, qual é a prioridade?
—Passa por analisar, por ver o estado físico dos jogadores, perceber o adversário que vamos ter pela frente em termos estratégicos. Analisar o jogo do adversário e principalmente aquilo que temos de fazer, em função daquilo que é a qualidade individual e coletiva do Braga. Há mais trabalho de vídeo e análise meu e do staff, do que propriamente no campo. Mas estamos habituados, somos um clube grande, somos o FC Porto.
Abel disse que este FC Porto foi um dos melhores da história. Concorda?
—Acho que ele disse isso um bocado aziado comigo, porque eu disse na outra antevisão que o Braga lutava pelo título. Ele veio falar-me disso ao ouvido no início do jogo. Mas eu disse no sentido positivo e não para criar pressão. Acho que é assumido por toda a gente que o presidente do Braga quer ombrear com os chamados três grandes na disputa dos títulos internos. O que disse foi que matematicamente o Braga era um candidato, porque era possível. Mas amanhã [hoje] vou perguntar-lhe. Agora, tive oportunidade de jogar no FC Porto em equipas acima da média e houve, com certeza, equipas com plantéis muito competitivos. Se o Abel tem essa opinião, não fico com pressão a mais, mas lisonjeado e agradado, porque estamos a trabalhar com um plantel, neste ano e oito meses que aqui estou, que não teve muitas entradas. A base estava aqui, começámos esta aventura no ano passado, que culminou com o título de campeão. Entendeu mal as minhas palavras, que foram no sentido de ressalvar o grande trabalho que ele tem feito no Braga.
Tem preferência por algum adversário na final?
—Não, são duas grandes equipas, duas grandes instituições. Primeiro temos de pensar em nós e em estar presentes na final e depois quem for, falarei no nosso adversário, se passarmos à final.