“Já era tempo de surpreender”
Nuno Manarte, treinador da Ovarense, não esperava um triunfo tão expressivo diante o Benfica
Vareiros não venciam os encarnados em casa há quase três anos, mas os feitos positivos desta temporada são vários e resultam de um trabalho de persistência liderado pelo jovem técnico
Retirado em 2012, após uma carreira sempre na Ovarense, Nuno Manarte, 43 anos, passou logo a treinador, como adjunto de Carlos Pinto e, mais tarde, do espanhol Félix Alonso García, subindo a principal em 2016/17, quando os vareiros já sofriam dificuldades financeiras. Agora, e à terceira época do técnico, a equipa colhe os frutos de um trabalho de persistência: em 2017/18, a Ovarense não fora ao play-off (primeira vez em 19 anos) nem a nenhum ponto alto, mas este ano, e com o mesmo núcleo duro, entrou no Grupo A da Liga Portuguesa, foi à Taça Hugo dos Santos e atingiu as meias-finais da Taça de Portugal.
A mais recente demonstração da recuperação do poderio de outros anos foi o triunfo expressivo contra o Benfica (8057), que já tinham derrotado nos “quartos” da Taça – a vitória anterior sobre os encarnados em Ovar datava de 8 de abril de 2016. “Mentiria se dissesse que não fiquei surpreendido, mas também já era tempo de conseguirmos dar a volta e ganhar às equipas que estão acima. Vínhamos de um jogo da Taça bem conseguido frente ao Benfica e de boas sensações do jogo aqui contra o FC Porto”, disse Manarte a O JOGO, realçando “o jogo ofensivo fluído e alegre” e apostando em segurar o fator casa para a primeira ronda do play-off.
“A química existia, temos gente nova que precisa disto para crescer”
Nuno Manarte
Treinador da Ovarense
“Não há que entrar em pânico quando perdemos, nem ficar demasiado vaidosos quando ganhamos. Esperam-nos dois jogos importantes para garantir o quarto lugar e temos de estar iguais”, completa.
Em relação à época passada, o técnico nota que só “entrou mais um estrangeiro [Coreontae DeBerry]” e considera que as vitórias “dão algum alento para o futuro”. “Dava-me um enorme prazer treinar a equipa do ano passado, trabalhavam bem e com caráter, algo que não mudou. A química já existia, é gente nova que precisa destes cenários, desta dureza e das dificuldades para crescer”, finaliza.