O Jogo

Bruno é ADM

- Manuel Queiroz

Q uinta final da Taça de Portugal entre FC Porto e Sporting, neste caso com a particular­idade de serem dois jogos seguidos – na última jornada do campeonato, no Dragão, e depois no Jamor, no sábado seguinte (porque há eleições europeias no domingo). Neste século, os leões só perderam uma de seis finais com o FC Porto, juntando todas as competiçõe­s, e foi em 2000 (falta saber se toda a gente acha que esse ano pertence já ao séc. XXI).

Bruno Fernandes é a figura da prova até agora – marcou em todos os jogos –, e ontem decidiu a eliminatór­ia com um grande golo a um quarto de hora do fim. Vigésimo sexto golo da época para o médio que ontem foi mais terceiro avançado, jogando livre. Claro, quem está com o pé quente como ele tem de ser colocado em posição de poder rematar à baliza – ainda atirou à barra num livre. O seu tiro é uma arma de destruição maciça (ADM). Grande exibição, mais uma, que o coloca segurament­e em posição de ser mais difícil de

Um elogio merece também Marcel Keizer, num momento em que se põe em dúvida a sua continuida­de, porque foi capaz de mexer bem numa equipa com a mentalidad­e certa

segurar por parte do Sporting (já as ações de João Félix, pelo contrário, estão a descer). Tantos golos, deu muito nas vistas. Foi bem secundado por Mathieu e Wendel, embora toda a equipa tenha lutado. Mas Bruno Fernandes faz jus ao princípio de Pareto – 20% da equipa é responsáve­l por 80% do jogo. Neste caso, é menos do que 20%, porque se o tirarem a ele... Um elogio merece também Marcel Keizer, num momento em que se põe em dúvida a sua continuida­de, porque foi capaz de mexer bem numa equipa com a mentalidad­e certa.

O Benfica está a perder algum gás e Bruno Lage reconheceu que a equipa não teve a rapidez habitual – porque o Sporting fez muitas faltas, o que é verdade (25 contra 15), mas de facto a equipa não conseguiu ser muito forte ontem. Teve alguns momentos bons, falhou um golo cantado (Seferovic), mas nunca conseguiu mandar no jogo. Como costumava fazer nas primeiras semanas de Lage.

Não consegui perceber exatamente porque é que Rafa estava, no final do jogo, tão agastado com o árbitro Hugo Miguel – mesmo consideran­do que a arbitragem foi fraca – , mas sei que responde aos estímulos que o clube tem enviado publicamen­te. Não foi por causa do árbitro que o Benfica perdeu, mas Rafa foi obviamente expulso.

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