O Jogo

TEMPO PARA A CHAMPIONS

DRAGÕES RECUPERARA­M O FOCO, DEPOIS DA PEDREIRA, E ATÉ DESCANSARA­M PARA LIVERPOOL

- Textos CARLOS GOUVEIA

Vítor Bruno: “Acabámos a gerir e a pensar na Liga dos Campeões” Pepe: “Fomos a equipa a que os adeptos se habituaram”

Boavista alterou a sua identidade e saiu do Dragão sem incomodar Casillas. Portistas cumprem com a obrigação e ficam à espera do que o Benfica fará em Santa Maria da Feira

O FC Porto voltou a isolar-se na liderança do campeonato ao vencer um dos dérbis mais fáceis dos últimos tempos. O jogo teve sentido único, Casillas praticamen­te não sujou as luvas e, depois do segundo golo, Sérgio Conceição começou a pensar em Liverpool, poupando Corona, Soares e Danilo. Mas foi preciso uma bola parada, um penálti perto do intervalo, para desbloquea­r o jogo. Soares e Otávio marcaram, deixando a pressão toda do lado do Benfica, que só joga amanhã.

Ontem, deu para tudo porque o Boavista foi ao Dragão com a identidade trocada. Se o FC Porto começou a pensar na Champions depois do 2-0, o vizinho já entrou com a cabeça na receção ao Nacional da próxima jornada,um jogo crucial para as contas das permanênci­a. Só assim se justificam as inúmeras poupanças entre os axadrezado­s que estavam à bica de amarelos.

Com uma equipa muito alterada, o Boavista foi incapaz de ligar uma jogada ofensiva, perdendo irremediav­elmente a bola poucos segundos depois de a ter na sua posse. Por isso, chegou ao intervalo com apenas dois remates: um de longe e para fora, outro de livre direto. Casillas, na verdade, teve mais dificuldad­e para combater o frio do que os ataques dos axadrezado­s. Lito Vidigal, refira-se, confirmou a tendência de jogar com três centrais contra o FC Porto. Fê-lo com o Arouca e o Aves e já esta época pelo V. Setúbal. Ontem, repetiu a receita. A estratégia era declaradam­ente defensiva e resultou até perto do intervalo. Porém, cedo se percebeu que era uma questão de tempo até ao golo dos portistas.

Sem Felipe (castigado), Sérgio Conceição – Vítor Bruno é que orientou a equipa, mas todas as decisões foram do chefe de equipa – colocou Militão ao lado de Pepe e preferiu ter Corona na defesa do que repetir a titularida­de de Maxi Pereira. Abriu-se uma vaga na frente e Brahimi voltou ao onze cinco jogos depois. Perante as duas muralhas do adversário – cinco na defesa e quatro num meio-campo bem recuado –, os dragões tinham, basicament­e, três hipóteses para chegar à baliza de Bracali: usar a velocidade na circulação de bola, apostar na inspiração individual ou nas bolas paradas. E foi com a última que abriu a contagem. Tinha de ser, afinal nove dos últimos dez golos do FC Porto até então tinham nascido assim. Brahimi entrou na área e caiu quanto tentou ultrapassa­r Raphael Silva. Em cima do lance, Rui Costa não hesitou, oVAR confirmou a decisão e, sem Alex Telles, Soares assumiu a marcação. Bracali adivinhou o lado, mas não tinha hipóteses.

A abrir o segundo tempo, o FC Porto ampliou a vantagem num remate de meia distância de Otávio e resolveu cedo o dérbi.A partir daí, o ritmo baixou e os lances de perigo escasseara­m.O Boavista continuou sem dar sinais de querer chatear Casillas e o Liverpool entrou no Dragão com alguns dias de antecedênc­ia, quer na gestão com bola quer nas substituiç­ões feitas.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? Loum foi um dos que entrou para ajudar na gestão
Loum foi um dos que entrou para ajudar na gestão
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal