O Jogo

UM NOVO RITMO OLÍMPICO

BREAKING Eis a designação oficial do breakdance. Convite para os Jogos de Paris 2024 mexe com a modalidade em Portugal

- MANUEL PEREZ

A comunidade mundial do breaking está a organizars­e para se mostrar ao mundo olímpico. Por cá, está a ser integrada na Federação Portuguesa de Dança Desportiva e Max Oliveira é o rosto da ambição

Em Tóquio, no próximo ano, baseball/softball e karaté serão os desportos de exibição escolhidos pelos japoneses, mas sem continuida­de em 2024 nos Jogos de Paris. Nestes, está prevista a consolidaç­ão da escalada, surfeska te boarding, após o teste nipónico, com os franceses a introduzir­em o breaking. No passado dia 27 de março, o presidente do Comité Olímpico Internacio­nal validou a integração no programa Paris’2024. Thomas Bach enalteceu que obre a king ultrapassa fronteiras, inclui diversas formas de expressão, podendo ser praticado nas ruas ou em outro lado, sem exigir espaços permanente­s.

Sabendo-se que em Portugal a Mo mentum Crewéa companhia mais conhecida e prestigiad­a( sete títulos mundiais e europeus em grupo), o diretor artístico Max Oliveira viu-se confrontad­o com o passo de gigante que a arte/desporto que o apaixona está a dar, “principalm­ente depois da reunião, em Praga, a 11 de março, em que fui convidado a representa­r o nosso país, estando presentes membros da WDSF [World Dance Sport Federation)”.estabeleci­da a inclusão do breaking na Federação Portuguesa de Dança Desportiva (FPDD) e vai também ser “criada a Associação Portuguesa de Dança Urbana, integrada na Federação”, adiantou o também diretor executivo da MXM Art Center, espaço situado nas margens do Douro e que apelida de “laboratóri­o”.

“Conquistám­os o respeito de toda a comunidade internacio­nal e sem apoios. Nós não treinamos para o segundo lugar”, referencio­u Max Oliveira. Candidatos – os chamados B-boys ou B-girls – a bons desempenho­s não faltam e Portugal pode esgrimir argumentos com outras potências como a “França, Rússia, Ucrânia, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos…” Por ser o berço do breakdance, os EUA possuem uma história rica numa arte que deriva do hip hop. Aliás, nos Jogos de Los Angeles’1984, o então breakdance fez uma apresentaç­ão na cerimónia de abertura e Max lembra que “Los Angeles será anfitriã dos Jogos de 2028 e esta é uma ótima oportunida­de de consolidar o breaking olímpi

Os portuenses Momentum Crew, criados em 2003, são os atuais campeões mundiais e possuem sete títulos

co”. O seu amigo francês Gabin Nuissier, diretor artístico da Aktuel Force, mostrou-se também encantado com o futuro e, ao jornal “Le Monde”, disse: “O que está a acontecer é extraordin­ário, sabendo-se que o breaking vem da rua, entrou depois pelas salas de espetáculo­s e atinge uma nova dimensão com os Jogos”.

Com o squash, xadrez e bilhar fora das escolhas de Paris’2024, o breaking agitou o universo de uma modalidade que nem todos consideram ainda um desporto, optando por colocá-la, para já, entre a arte e a cultura. Max Oliveira adverte, contudo, para o facto de o “breaking trazer um universo que atualmente não existe nos Jogos” e, quanto à arte/desporto ou artista/atleta, é taxativo: “Os B-boys ou as B-girls são atletas e ao mesmo tempo artistas”, deixando no ar a (quase) eterna questão: “E o Messi… é só atleta ou é também artista?”

PORTUGAL TEM UM BOM NÚMERO DE PRATICANTE­S DE BREAKING NA ELITE MUNDIAL E É CANDIDATO ÀS MEDALHAS

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