O Jogo

Bruno Lage “Estratégia funcionou em pleno e o resultado é ótimo”

Admitindo que a expulsão facilitou a tarefa da equipa, o treinador exaltou o impacto de Gedson como avançado, por entre um discurso cauteloso e... corrosivo em torno de João Félix

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Relativiza­ndo o impacto dos dois golos sofridos em casa, o comandante das águias apontou a saída por lesão de Corchia, ainda com 4-1, como o fator determinan­te para a perda do controlo do jogo

Desvaloriz­ando os dois golos sofridos no Estádio da Luz, Bruno Lage optou por destacar a vantagem que o Benfica leva para a Alemanha e a forma como a sua equipa soube condiciona­r o adversário, admitindo, porém, que a expulsão ajudou a cumprir essa missão. “Vamos para a Alemanha com dois golos de vantagem. Com o 4-1 podíamos ter tido mais controlo, mas o adversário chega com mérito ao 4-2: as suas principais valências são as transições e as bolas paradas. Podia ter evitado os dois golos sofridos, mas do outro lado vão lamentar ainda mais os quatro. A expulsão ajudou, mas a estratégia funcionou em pleno e o resultado foi ótimo”, afirmou o técnico das águias.

Aprofundan­do a estratégia escolhida para enfrentar o Frankfurt, Bruno Lage defendeu a aposta num 4x4x2 sem ponta de lança de raiz e elogiou o impacto de Gedson no jogo. “O nosso primeiro golo define aquilo que íamos à procura: entradas verticais do Gedson, que não tem jogado e foi o homem mais importante a atacar a profundida­de. Independen­temente do resultado, a nossa forma de trabalhar é treinar da melhor maneira os jogadores e a ideia. Depois olhar um pouco para o adversário, para as oportunida­des de explorar os pontos fracos do rival e depois termos a coragem para arriscar. Jogámos sem ponta de lança e marcámos quatro golos. Se não marcássemo­s, o treinador era louco por ter jogado sem ponta de lança. Há 20 anos que trilho o meu caminho a pensar pela minha cabeça”, salientou o técnico, apontando a lesão de Corchia como um momento determinan­te do jogo. “Fizemos uma boa gestão a pensar na liga e o momento mais determinan­te para perder a dinâmica foi a lesão do Corchia, porque perdemos o Gedson como terceiro médio.”

Logo após garantir que na segunda mão, o Benfica terá de adotar uma estratégia... “run a lot” [correr muito] para passar a eliminatór­ia, Bruno Lage, com algumas críticas à mistura, lançou gelo no entusiasmo em torno de João Félix. “Se não fizesse nenhum golo, o João voltava a estar em baixo de forma, mas como fez três voltou a ser o ‘Super-Wings’ [desenho animado]. Vamos deixá-lo crescer de forma natural. Não façam dele um super-herói. Ele joga como se estivesse no parque, mas deixou de poder ser normal. Ele tem de perceber rapidament­e que quando fizer o normal vai ser criticado. Estamos convictos de que pode fazer uma carreira bonita e continuar connosco durante muitos mais anos”, rematou o treinador.

“Podia ter evitado sofrer dois golos, mas, do outro lado, vão lamentar ainda mais os quatro sofridos” “O primeiro golo define aquilo que íamos à procura. O Gedson foi o homem mais importante a atacar a profundida­de” “Se não tivéssemos marcado quatro golos, o treinador era louco por ter jogado sem um ponta de lança...” “Estou convicto de que o João pode fazer uma carreira bonita e ficar connosco durante muitos anos”

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Rebic deu bastante trabalho à defensiva encarnada liderada por Rúben Dias

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