O Jogo

A canção portista que virou moda em Anfield

ALLEZ ALLEZ ALLEZ Um artista e adepto do Liverpool ficou encantado com o que ouviu no Dragão há um ano e criou uma versão que passou a hino do clube. O JOGO falou com ele

- ANDRÉ MORAIS

Jamie Chester tornou-se famoso e até já tem de agendar entrevista­s. Klopp visitou-o num bar e o momento tornou-se viral. E tudo por culpa de um tema que os SuperDragõ­es cantaram

A história não é nova, mas vale a pena fazer um resumo para que melhor se possa introduzir o convidado deste espaço. FC Porto e Liverpool partilham mais do que a decisão desta noite. Há um cântico cujo som é, agora, igual nos dois estádios. No Liverpool já virou moda e, no último ano, tocousempr­eimediatam­ente antes do mítico “You’ll never walk alone”. Há uma semana, os portistas que estiveram em Anfield conseguira­m perceber a dimensão do novo hino dos reds, que a bancada “The Kop” cantou praticamen­te durante todo o jogo. O “Allez, Allez, Allez” tem raízes portuguesa­s. Pelo menos este que inspirou o Liverpool e até já virou documentár­io.

Phil Howard, adepto inglês, encontrou um vídeo no Youtube da claque SuperDragõ­es a entoar a canção numa estação de metro em Dortmund. De imediato contactou o amigo Liam Malone e os dois trataram de escrever a versão “british” e a lançar nas bancadas de Anfield. O FC Porto 0-5 Liverpool do ano passado fez o resto. O ambiente do Drapois gão deu início à primeira “guerra” de “Allez, Allez Allez” e os ingleses ficaram maravilhad­os. Tanto que um dos adeptos, cantor conhecido de vários bares da cidade, decidiu ele próprio fazer uma versão mais profission­al do tema e lançá-la na internet. Jamie Webster é de quem falamos. “Quando ouvi a versão portuguesa no Dragão soube que tinha de passar aquilo para a minha guitarra e tocar nos jogos do Liverpool”, contou a O JOGO. Webster compôs em menos de um dia e logo a seguir apresentou num bar da cidade. “Quando chegámos ao bar, toda a gente pedia essa música. Foi uma surpresa tanta ansiedade”, contou num documentár­io a que o próprio clube (Liverpool) deu selo oficial. Menos de 12 horas depois, o momento estava no Youtube e com quase dois milhões de visualizaç­ões. A música tornou-se viral e, quando o Liverpool defrontou e eliminou o Manchester City nos quartos de final da Liga dos Campeões, já ninguém cantava outra coisa. Klopp aplaudiu de pé e, meses mais tarde, apareceu de surpresa num concerto de Jamie Webster.” Foi um momento brilhante, especial para mim. Toda a gente em Liverpool adora Jurgen Klopp e ele mostrou que tipo de homem é quando decidiu ir ver-me tocar. Não consigo lembrar-me das palavras que trocámos, estive em choque todo o tempo”, ri Jamie, que além de cantor, é fã do Liverpool desde que se conhece. “O meu pai levou-me a Anfield quando era bebé e desde então vou sempre. Nos últimos oito anos, viajei por toda a Europa atrás da equipa. Sou um fã tremendo”, gaba-se.

Klopp também gostou do momento. Acenou, pediu uma cerveja, brindou e, no final, explicou que é por causa deste tipo de coisas que ama o Liverpool. “Soube tão bem... Isto inspira as pessoas e é o que nos faz diferentes”, explicou. Para Jamie Chester, a cereja em cima do bolo será “tocar durante 90 minutos seguidos a mesma música em Madrid, na final da Liga dos Campeões, antes de o Liverpool levantar a sexta taça de campeão europeu”. Para isso, porém, tem de eliminar o FC Porto, “uma equipa muito organizada”, da qual o artista destaca “o grande número de adeptos”. Não podia ser de outra forma, aliás. Foi com eles que esta história começou...

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Adeptos do Liverpool e do FC Porto partilham paixão

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