O Jogo

AJAX HABILIDOSO TIRA COROA AO REI RONALDO

CONFIRMAÇíO Holandeses vieram das pré-eliminatór­ias, estão imbatíveis fora e voltam, 22 anos depois, a uma meia-final da Liga dos Campeões. Ronaldo marcou e remou para evitar o pesadelo

- FREDERICO BÁRTOLO

Turim está ainda petrificad­a depois de ver o passeio de classe do Ajax. Os lanceiros eliminaram a Vecchia Signora e afastaram o sonho de Cristiano Ronaldo chegar à nona meia-final consecutiv­a, um registo que seria recorde, já que os ex-colegas do Real Madrid haviam tombado nos oitavos de final. O 2-1 em Itália perpetua o romantismo do futebol enleante da turma de Ten Hag, que continua imbatível fora de casa na prova milionária, chegando a uma meia-final 22 anos depois. O que dizer de uma equipa que superou três pré-eliminatór­ias e continua a encantar rumo às meias-finais? Histórico. Nunca fora feito. Inédito era também, numa só época, vencer em Madrid e Turim. Provou-se novamente que o desfecho em casa (1-1) não tirava o crédito ao Ajax e a vitória pela margem mínima até foi curta para o domínio.

Allegri colocou Dybala no eixo do ataque, Ronaldo e Bernardesc­hi estiveram nas alas. O início do jogo penalizou o Ajax,queseviuse­mMazraoui, aos 10’, após uma entorse num tornozelo. Foi chamada a terceira opção para a lateral canhota. Nada que fizesse temer. Van de Beek, aos 20’, atirou por cima uma chance clara, na primeira combinação dos holandeses. Ronaldo pegou na bola e atirou de longe: ganhou canto, pediu os aplausos dos adeptos. Estes respondera­m com urras e mais festejaram quando Ronaldo fuzilou de cabeça após canto (28’). O avançado português veio do segundo poste e antecipou-se, benefician­do por Veltman ter tombado na área por ação do colega De Ligt. Ronaldo celebrou o nono golo contra o Ajax (é a sua segunda maior vítima na prova: nove golos ), o 126.º tento na Liga dos Campeões e o 25.º nos quartos de final. CR7 cai pela primeira vez nos “quartos” e fica, para já, impedido de levar a sexta Champions.

A média etária (25 anos) nada diz e os lanceiros reagiram com personalid­ade ao golo. Van de Beek aproveitou o adormecime­nto de De Sciglio, titular no lugar de Cancelo, para empatar.

Dybala saiu lesionado ao intervalo e Moise Kean foi acompanhar Ronaldo. A mudança para 4x4x2 foi desastrosa e Allegri sai com a cabeça a prémio desta eliminação. O Ajax mandou na fase de construção e jogou entre a defesa e o miolo bianconero. Se Ronaldo era o monstro do ataque, Szczesny replicava a defender: deixou a mão para segurar o tiro de Ziyech e voar para negar a festa a Van de Beek. De Ligt, um monstro de 19 anos e cobiçado por Turim, festejou aplenospul­mões,cabeceando aos 67’ para a história. Cancelo foi a campo, mas só aos 79’ Ronaldo correspond­eu a um cruzamento do lateral. Ficou curto e Ziyech ainda fez o 3-1, anulado por fora de jogo. Festejou Bruno Varela, em pleno relvado, suplente da baliza do Ajax. Para a mitologia grega, o guerreiro Ajax era “forte, habilidoso e imbatível”. Esta geração faz jus ao nome.

“O Ajax merece o resultado pela segunda parte. Já disse ao presidente que quero ficar”

Massimilia­no Allegri

Treinador da Juventus “Vamos sentar-nos com Allegri e discutir o contrato daqui a um mês. O Ajax foi melhor”

Andrea Agnelli

Presidente da Juventus “A Juve foi mais difícil do que o Real. Continuamo­s a fazer história e estou orgulhoso”

Erik ten Hag

Treinador do Ajax “Quem nos pára?! Mostrámos o nosso potencial e podemos vencer a Champions”

De Ligt

Jogador do Ajax

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Os tifosi esperavam outra coisa, mas foram os holandeses a fazer a festa no relvado em plena casa da Juventus
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