O Jogo

SONHO EUROPEU PERDEU-SE POR ENTRE A APATIA

DESINSPIRA­ÇÃO Houve pouco “Benfica de Lage”, com intranquil­idade e bolas para a frente à mistura a facilitare­m o trabalho de reviravolt­a ao Eintracht

- MARCO GONÇALVES

O golo de Kostic, em fora de jogo, complicou a vida às águias, que apenas no início da segunda parte mostraram o seu futebol habitual. Salvio esteve perto do 2-1, mas Trapp e o poste negaram o golo

Com a eliminatór­ia na mão rumo às meias- finais da Liga Europa, o Benfica caiu da prova num jogo em que apenas a espaçosmos­trouo futebolque Bruno Lage implemento­u desde que assumiu a equipa. As águias saem da competição com os mesmos quatro golos marcados pelo Eintracht, mas penalizada­s pelos dois tentos marcados na Luz pelo conjunto alemão – e que ajuda deu Gonçalo Paciência, o autor o segundo do Eintracht em Lisboa –, tendo ontem demonstrad­o pouca capacidade para criar desequilíb­rios e problemas a um adversário que nem mostrou o mesmo rendimento da primeira mão.

Bruno Lage garantira antes do jogo que sua a equipa não estava “agarrada a medos”, a propósito da eliminação na Taça de Portugal com o Sporting, mas a verdade é que o Benfica voltou ontem a demonstrar dificuldad­es na gestão da vantagem. Na primeira mão, o técnico falara na ambição de ganhar a prova, mas ontem esse foi um ingredient­e que escasseou nas águias.

Mesmo sem entrar com tudo e sem fazer a pressão intensa que o caracteriz­a e que se esperava, o conjunto de Adi Hutter assumiu o controlo do jogo – conduziu o seu futebol quase exclusivam­ente pelo flanco esquerdo, atacandoum lado onde André Almeida, Rúben Dias, Fejsa e Rafa nunca funcionara­m muito bem –, benefician­do também de uma intranquil­idade pouco habitual entre os encarnados, que no primeiro tempo nunca conseguira­m gerir a posse de bola, entregando-a praticamen­te de imediato ao adversário, fruto de inúmeros balões para a frente. Apenas Samaris ia conseguind­o dar algum critério ao futebol encarnado, que, fruto dessa forma de jogar, foi permitindo ao Eintracht ganhar confiança. O 1-0, marcado por Kostic, que estava em posição irregular, fez mossa nas águias, que até ao final da primeira parte continuara­m a sofrer e sem sequer conseguir desenhar jogadas com princípio, meio e fim – o principal lance nos primeiros 45’ foi um passe em profundida­de de Seferovic, após um lançamento lateral, para João Félix que Trapp, com uma boa saída da área, contrariou.

O intervalo fez bem aos benfiquist­as, que surgiram revigorado­s e transforma­dos em campo. Nos primeiros minutos da etapa complement­ar viu-se final-menteum Benfica personaliz­ado e a trocar a bola, à procura dos espaços e dos desequilíb­rios na defesa alemã, que nos últimos dois jogos tinha sofrido sete golos. Com João Félix a aparecer mais, o conjunto de Bruno Lage (expulso na sequência do 1-0) andou perto do golo, mas não foi capaz de manter a pressão sobre a formação germânica. E numa das várias ocasiões em que as águias mostraram alguma apatia, Rode abriu ao Eintracht as portas da qualificaç­ão para as “meias”. Mais uma vez, o Benfica acusou o golo e foi só na fase final que conseguiu carregar, mesmo sem grande inspiração. Porém, Trapp, a meias com o poste, travou Salvio e acabou com o sonho europeu das águias.

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Jardel acabou numa defesa a três, com Rúben e Fejsa
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