SONHO EUROPEU PERDEU-SE POR ENTRE A APATIA
DESINSPIRAÇÃO Houve pouco “Benfica de Lage”, com intranquilidade e bolas para a frente à mistura a facilitarem o trabalho de reviravolta ao Eintracht
O golo de Kostic, em fora de jogo, complicou a vida às águias, que apenas no início da segunda parte mostraram o seu futebol habitual. Salvio esteve perto do 2-1, mas Trapp e o poste negaram o golo
Com a eliminatória na mão rumo às meias- finais da Liga Europa, o Benfica caiu da prova num jogo em que apenas a espaçosmostrouo futebolque Bruno Lage implementou desde que assumiu a equipa. As águias saem da competição com os mesmos quatro golos marcados pelo Eintracht, mas penalizadas pelos dois tentos marcados na Luz pelo conjunto alemão – e que ajuda deu Gonçalo Paciência, o autor o segundo do Eintracht em Lisboa –, tendo ontem demonstrado pouca capacidade para criar desequilíbrios e problemas a um adversário que nem mostrou o mesmo rendimento da primeira mão.
Bruno Lage garantira antes do jogo que sua a equipa não estava “agarrada a medos”, a propósito da eliminação na Taça de Portugal com o Sporting, mas a verdade é que o Benfica voltou ontem a demonstrar dificuldades na gestão da vantagem. Na primeira mão, o técnico falara na ambição de ganhar a prova, mas ontem esse foi um ingrediente que escasseou nas águias.
Mesmo sem entrar com tudo e sem fazer a pressão intensa que o caracteriza e que se esperava, o conjunto de Adi Hutter assumiu o controlo do jogo – conduziu o seu futebol quase exclusivamente pelo flanco esquerdo, atacandoum lado onde André Almeida, Rúben Dias, Fejsa e Rafa nunca funcionaram muito bem –, beneficiando também de uma intranquilidade pouco habitual entre os encarnados, que no primeiro tempo nunca conseguiram gerir a posse de bola, entregando-a praticamente de imediato ao adversário, fruto de inúmeros balões para a frente. Apenas Samaris ia conseguindo dar algum critério ao futebol encarnado, que, fruto dessa forma de jogar, foi permitindo ao Eintracht ganhar confiança. O 1-0, marcado por Kostic, que estava em posição irregular, fez mossa nas águias, que até ao final da primeira parte continuaram a sofrer e sem sequer conseguir desenhar jogadas com princípio, meio e fim – o principal lance nos primeiros 45’ foi um passe em profundidade de Seferovic, após um lançamento lateral, para João Félix que Trapp, com uma boa saída da área, contrariou.
O intervalo fez bem aos benfiquistas, que surgiram revigorados e transformados em campo. Nos primeiros minutos da etapa complementar viu-se final-menteum Benfica personalizado e a trocar a bola, à procura dos espaços e dos desequilíbrios na defesa alemã, que nos últimos dois jogos tinha sofrido sete golos. Com João Félix a aparecer mais, o conjunto de Bruno Lage (expulso na sequência do 1-0) andou perto do golo, mas não foi capaz de manter a pressão sobre a formação germânica. E numa das várias ocasiões em que as águias mostraram alguma apatia, Rode abriu ao Eintracht as portas da qualificação para as “meias”. Mais uma vez, o Benfica acusou o golo e foi só na fase final que conseguiu carregar, mesmo sem grande inspiração. Porém, Trapp, a meias com o poste, travou Salvio e acabou com o sonho europeu das águias.