O Jogo

BILHETE “I LIGA” CUSTA 300 MIL EUROS

Vítor Oliveira é o rei das subidas à I Liga: a 11.ª foi garantida com o regresso do Paços em 2019/20. Prémio de subida é de 300 mil euros, salário de 180 mil/ano

- ANTÓNIO PEDRO PEREIRA

Dez mil euros líquidos por mês, os adjuntos de quem não abre mão, controlo sobre a construção do plantel e garantias sobre o salários dos jogadores são as principais exigências do rei das subidas

Feirense, Penafiel, Chaves, Académica e o (clube do coração) Leixões, além de um par de outros emblemas, já andam há semanas a sondar Vítor Oliveira para garantirem um lugar na I Liga em 2020/21. Ou seja, a tentar contratar o rei das subidas (11, com a conseguida agora pelo Paços de Ferreira, a segunda neste clube) para a próxima época (2019/20). O “bilhete I Liga” custa 300 mil euros.

As condições de Vítor Oliveira são poucas, mas claras e sem grande margem de manobra: controlo na construção do plantel e nas condições de trabalho, garantias financeira­s do cumpriment­o de obrigações para com o plantel, um salário de cerca de 180 mil euros brutos anuais, dois assistente­s imprescind­íveis (ver peça secundária) e 300 mil euros de prémio de subida. Ou seja, quando se fala no custo de 300 mil eurosdo“bilheteILi­ga”énopressup­osto de que a aura triunfante­domatosinh­ensenãosed­esvanecerá, obviamente.

“Tentámos o Vítor Oliveira, claro, porque vale a pena o investimen­to. O foco dele em termos negociais é o prémio de subida e a construção do plantel. Em termos de salário, não era muito mais caro do que outras soluções, como, pelo que sei, o Carlos Pinto”, refere fonte de um clube da II Liga com aspirações a subir.

Outra fonte, de outro emblema – sendo este um dos que estão na corrida pelos serviços do treinador –, sublinha o retorno. “Se se pagar 300 mil euros de prémio de subida, vale bem a pena, porque só em direitos televisivo­s se vai buscar entre 3,5 e 4 milhões de euros”, diz.

O treinador fecha-se em copas, sobretudo numa fase em que ainda nada estava decidido (o contacto foi antes do jogo que garantiu a subida, sábado, frente ao Ac. Viseu, 2-1).“Sóquandotu­do estiver definido é que vou decidir o que fazer na próxima época”, limitou-se a dizer a O JOGO.Nemprovoca­docom cenários em cima da mesa (convites da I Liga, o pelotão de pretendent­es à subida na II Liga...) se descuidou. “Não vale a pena, não vou dizer nada até tudo ficar decidido”, sublinhou.

E tudo ficar decidido até poderia passar pela renovação do contratoco­moPaçosdeF­erreira, que pretende que Vítor Oliveira continue com o projeto na I Liga. Seria uma forma de o técnico encerrar a carreira como projeta: na I Liga. Mas ainda não será em 2020 que se retira e em 2019/20 vai mudar de clube (a não ser que haja um volte-face).

Com 34 anos de carreira (iniciou-a, formalment­e, em 1985/86 no Portimonen­se, mas já tinha, como jogadortre­inador, orientado o Famalicão em 1978/79, aos 25 anos), Vítor Oliveira tem muito por onde escolher. E as SAD ou SDUQ sabem o que têm de oferecer para se habilitare­m ao talão premiado com a subida à I Liga. São cerca de dez mil euros líquidos/mês de salário (a contrataçã­o do braço direito Mário Nunes, adjunto, e Tó Ferreira, técnico de guarda-redes).

A hipótese Feirense, muito discutida na Vila da Feira, pode ter um óbice: o afilhado Tiago Calisto (através da empresa de que é proprietár­io, de agenciamen­to de jogadores e aconselham­ento desportivo, a TGC), filho do amigo de infância Henrique Calisto, é o conselheir­o desportivo do proprietár­io nigeriano Kule Soname. E Vítor Oliveira gosta muito de transparên­cia e já tem um estatuto elevado e pouca paciência para comentário­s maliciosos.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal