Trabalhar fora versus na I Liga
Abel ganha no conhecimento interno, Lage cresceu em Inglaterra
A passagem dos técnicos pela formação é um ponto comum na respetiva evolução. O professor Jorge Castelo vê-os “ao mesmo nível e preparados para as grandes exigências”
O caminho feito até ao futebol profissional também faz de Abel Ferreira e Bruno Lage treinadores diferentes. O primeiro fez carreira a jogar, o segundo apostou na via académica mas, no fim, entraram pela mesma porta na estrada que hoje percorrem: pelo futebol de formação. No caso do treinador dos minhotos, soma a seu favor a grande experiência enquanto jogador acumulada principalmente no V. Guimarães, Braga e Sporting, onde acabou a carreira antes de assumir os juniores dos leões. Quanto a Bruno Lage, começou cedo a treinar na formação do V. Setúbal após ter decidido apostar nos estudos em vez de ser jogador profissional. Rotas com prós e contras. “Ambos são treinadores de nova geração, com elevado nível do conhecimento do jogo e dos diferentes componentes, incluindo as pressões dos aficionados, diretores, comunicação social, dos jogadores. Já compreendem um mundo mais complexo para lá do dia da competição e têm intuição do que está à sua volta. No caso do Abel, tem uma vasta experiência na I Liga enquanto que Bruno, por ter passado por outros contextos, incluindo o inglês, também está preparado para uma alta densidade competitiva. Apesar da maior experiência de Abel na I Liga, ambos estão preparados para as grandes exigências da competição e, aí, estão ao mesmo nível”, analisa o técnico Jorge Castelo.
Para Marco Paulo, o técnico dos bracarenses beneficia do conhecimento mais antigo do seu plantel, mas “perde” para Bruno Lage na experiência deste em Inglaterra, no Sheffield Wednesday e Swansea, com Carlos Carvalhal. “É sempre uma mais-valia trabalhar fora do país porque nos dá vivências diferentes. Quanto a Abel, tem a vantagem de estar com a equipa desde o início, ter as ideias mais estáveis junto dos jogadores”, refere o treinador.
“Ambos são treinadores de
nova geração com elevado nível de conhecimento do jogo e suas componentes, incluindo as
pressões”
Jorge Castelo
Treinador