“Ouvi quatro vezes som de homicídio”
Presidente leonino deixou críticas pela interdição do Pavilhão João Rocha, lembrando o que se passou no recinto do rival da Luz
Dirigente máximo do emblema de Alvalade deixa claro que o clube estará “muito atento” ao que se irá passar nos vários recintos desportivos: “A fasquia está muito alta”
Frederico Varandas, presidente do Sporting, manifestou ontem, em Almaty, no Cazaquistão – onde se encontra para acompanhar a finalfour da UEFA Futsal Champions League (ver página 22) –, a sua indignação pela interdição de quatro jogos do Pavilhão João Rocha, deixando claro que, a partir de agora, “a fasquia ficou muito alta” no que diz respeito à aplicação de penalizações de interdição de recintos desportivos. Aludindo ao rival Benfica, sem o mencionar, Frederico Varandas foi mais longe e recordou que “este ano, por quatro vezes [as que defrontou o rival da Luz no futebol profissional]” ouviu “cânticos que reproduzem o som do homicídio de uma pessoa” – o very-light da final da Taça de Portugal 1995/96 que vitimou um adepto do Sporting. Refira-se que o castigo agora aplicado pela FPF resulta de incidentes referentes a insultos homofóbicos por parte dos adeptos leoninos, concretamente na zona das claques, em encontros de futsal contra jogadores do Burinhosa e Braga, em outubro de 2018.
O dirigente máximo dos leões, em declarações à SportingTV, prometeu mesmo que o emblema de Alvalade “estará muito atento” a futuros incidentes em recintos desportivos. “É necessário perceber o que envolve este castigo de quatro jogos. Só hoje [ontem] tive noção do que está a envolve reste castigo de quatro jogos.Por quatro vezes, esta época, em pavilhões e recintos desportivos, assisti presencialmente ao que tem acontecido ano após ano, onde ouvimos cânticos que reproduzem o som de um homicídio de uma pessoa. Nem deveríamos estar a falar de suspensão de recintos. Pessoalmente, acredito que seria melhor suspender o jogo e retirar esses selvagens de qualquer recinto desportivo. Estamos a falar de um homicídio. O Sporting vai estar atento a estes incidentes”, afiançou, criticando ainda o timing do castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), apontando que esta é uma “oportunidade para se refletir sobre vários aspetos”: “Um deles é o timing. Transmiti isto às pessoas da FPF e um dos critérios por onde se avalia a justiça junto de um cidadão é a celeridade no processo. Estamos a falar de um caso que remonta a outubro de 2018, praticamente há oito meses. São precisos oito meses para sair a sentença. Depois, dá azo a coincidências infelizes. A sentença sai numa data que diz muito ao Sporting e ao desporto português. Acho importante rever todos os regulamentos para que não se repita. A justiça precisa de funcionar com celeridade.”