O Jogo

“Olhando para o lado podemos distrair-nos”

SÉRGIO CONCEIÇÃO Treinador reconhece a importânci­a do momento e quer todos focados nos 12 pontos que restam

- BRUNO FILIPE MONTEIRO

Ansiedade é uma sensação que o técnico não vê nem quer ver na equipa, porque considera que poderá ser prejudicia­l. Afinal, o campeonato chegou a uma fase em que qualquer deslize será difícil de anular

Será esta a jornada decisiva do campeonato? Será a próxima? A seguinte ou a última da prova? Sérgio Conceição recusou ontem catalogar as rondas que faltam, até porque a única certeza que possui é o que o FC Porto tem de fazer para chegar ao título: ganhar os 12 pontos que restam. A começar pelos três de hoje, com o Rio Ave. A conferênci­a de Imprensa, de resto, girou muito à volta do embate desta noite, mas ainda houve espaço para o treinador portista manifestar apoio à decisão do Conselho de Arbitragem (CA) de tornar públicas as nomeações. “Semanalmen­te, há muitas telenovela­s”, atirou.

Que expectativ­as tem para este jogo com o Rio Ave?

—Vamos encontrar um adversário que nos últimos dois jogos tem duas vitórias, frente a dois adversário­s que estão acima na tabela, e que está no melhor momento após a entrada do Daniel [Ramos]. A margem de erro é curta e temos de encarar este jogo com o intuito de ganhar.

Esta jornada poderá ser a mais decisiva das quatro que faltam?

—Não acredito; isso só se verá no final. Não sabemos qual será o jogo que será decisivo. O importante é estarmos focados no nosso jogo. À medida que nos vamos aproximand­o do final, os jogos ganham um peso diferente, porque se encurta o tempo e os jogos para recuperar um ou outro ponto que possamos perder. Mas já estamos habituados a esta pressão. Estamos a lutar por títulos desde o início do ano e já tivemos a oportunida­de de ganhar um, que foi a Supertaça. Estivemos na final da Taça da Liga, apurámo-nos para a da Taça de Portugal e estamos na luta pelo campeonato. Este é o FC Porto. Gostaria de estar aqui com dois títulos, estou só com um, mas o importante é estar nos momentos da decisão. Não vale a pena estarmos a olhar para o plano teórico, porque a prática é o mais importante. Já tivemos exemplos de jogos teoricamen­te mais acessíveis que se complicara­m e também o inverso. Depende sempre da forma como os encararmos.

É de esperar um FC porto mais fresco por ter tido uma semana inteira de preparação?

—Nunca me desculpei com o cansaço. Só falei do jogo com o Santa Clara, porque sabia que era extremamen­te injusto jogá-lo no limite das 72 horas de descanso. Noutras situações não me desculpei com cansaço ou jogadores lesionados. Esse calendário frenético faz parte das grandes equipas, que disputam as competiçõe­s até ao fim. Mas se também queremos uma imagem boa das nossas equipas lá fora, internamen­te temos de perceber isso e fazer algo mais pelas equipas que estão nas competiçõe­s europeias. É por isso que me bato. Não foi só em público que manifestei esta opinião, porque também já o fiz em outras ocasiões em privado.

Como se gere a ansiedade dos jogadores?

—Se vissem o que foi o prétreino, o treino e o pós-treino, veriam que isso não existe. Se tivermos esse comportame­nto, será prejudicia­l. Essa maturidade e essa tranquilid­ade é que, se calhar, nos farão estar felizes no final da época. Às vezes nem tudo sai bem, mas não tem que ver com o plano emocional. Em muitos momentos já demos mostras de ter um comportame­nto fantástico. Não há ansiedade, mas sim foco no trabalho para ganhar o jogo.

Acredita que o primeiro [dos líderes] que perder pontos também perderá o campeonato?

—Não sei. Fica difícil, porque há poucos jogos para se recuperar. Mas são todos jogos complicado­s. Se olharmos para o lado durante a caminhada, podemos distrairno­s e ser pior a emenda que o soneto. Temos o Rio Ave, que está num bom momento, o Aves e o Nacional que lutam pela salvação, e o Sporting, que é um clássico. Temos os nossos jogos, as nossas dificuldad­es e vamos tentar passá-las para no fim se fazerem as contas.

“Gostaria de estar aqui com dois títulos, estou só com um, mas o importante é estar nos momentos da decisão” “Não há ansiedade, mas sim foco no trabalho para ganhar o jogo” “Era extremamen­te injusto jogar com o Santa Clara no limite das 72 horas de descanso” “Ainda não foram falados quem são os emprestado­s que regressam, nomeadamen­te o Sérgio Oliveira”

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