Com estes erros dá vontade de virar as costas ao futebol
E sta foi uma semana cheia de coisas para comentar. Refirome, obviamente, às declarações de Mário Ferreira, à resposta de Júlio Mendes e comentários deste a propósito de Luís Castro, ao que disse o nosso míster e, já agora, ao jogo de ontem.
A situação que se vive no Vitória entre acionista maioritário e Direção do clube é complexa e não surgiu ontem.
Há muito que se ia comentando haver perspetivas não coincidentes entre uns e outros. Ora, parece ser evidente que, à boleia de uma conjuntura que, no momento atual, não é famosa para a Direção, Mário Ferreira resolveu desenterrar o machado de guerra e dar o pontapé de saída para um processo de enfrentamento cujo desfecho é difícil de prever.
A resposta de Júlio Mendes, não deixando de dar algumas alfinetadas, pareceu procurar deixar a porta aberta para um entendimento que o mesmo, pelos vistos, ainda vê como possível. A ver vamos, sendo certo que a próxima assembleia geral da SAD se antevê decisiva, a menos que, pelo caminho, as partes resolvam entenderse. Mas lá está, para dançar o tango são precisos dois, sendo que neste momento a pista está vazia. Veremos se alguém quer dançar.
A questão “treinador” também andou nas parangonas dos jornais. Júlio Mendes quis acabar com as dúvidas e ao mesmo tempo dar alguma estabilidade ao técnico, garantindo que os contratos são para se cumprir, pelo que, para o ano, Luís Castro cá estará.
É claro que sabemos que os treinadores, tenham muitos ou poucos anos de contrato, com mais ou menos votos de confiança, têm sempre as malas prontas. É da vida e Luís Castro sabe-o. Mas estas declarações, neste timing em concreto, têm outra força. Até porque não se acredita que chegássemos a este ponto da época e não se tivessem já sido tomadas decisões definitivas a este nível.
Acredito, por isso, que, seja qual for o desfecho deste campeonato, será Luís Castro o nosso treinador em 2019/20.
Finalmente, o jogo. Vi a primeira parte, num desafio onde entrámos bem, perdemos uma boa chance e depois recuámos em demasia, beneficiando da exibição de Miguel Silva, que ia travando um duelo interessante com Raphinha, único jogador do Sporting a criar perigo.
Depois... depois veio a triste realidade do futebol português, a lembrar-nos de que não há novas tecnologias que deem aos árbitros qualidade, categoria e, sobretudo, coragem. Francamente, aquele lance tirou-me a vontade de ver o resto do jogo e, tal como Flávio Meireles e Moreno, vim-me embora do sítio onde estava. Soube depois que perdemos, mas, francamente, enquanto em Portugal os campos forem inclinados sempre em benefício dos mesmos, dá mesmo vontade de virar as costas ao futebol.
Mário Ferreira resolveu desenterrar o machado de guerra e dar o pontapé de saída para um processo de enfrentamento cujo desfecho é difícil de prever