O Jogo

Com estes erros dá vontade de virar as costas ao futebol

- José João Torrinha

E sta foi uma semana cheia de coisas para comentar. Refirome, obviamente, às declaraçõe­s de Mário Ferreira, à resposta de Júlio Mendes e comentário­s deste a propósito de Luís Castro, ao que disse o nosso míster e, já agora, ao jogo de ontem.

A situação que se vive no Vitória entre acionista maioritári­o e Direção do clube é complexa e não surgiu ontem.

Há muito que se ia comentando haver perspetiva­s não coincident­es entre uns e outros. Ora, parece ser evidente que, à boleia de uma conjuntura que, no momento atual, não é famosa para a Direção, Mário Ferreira resolveu desenterra­r o machado de guerra e dar o pontapé de saída para um processo de enfrentame­nto cujo desfecho é difícil de prever.

A resposta de Júlio Mendes, não deixando de dar algumas alfinetada­s, pareceu procurar deixar a porta aberta para um entendimen­to que o mesmo, pelos vistos, ainda vê como possível. A ver vamos, sendo certo que a próxima assembleia geral da SAD se antevê decisiva, a menos que, pelo caminho, as partes resolvam entenderse. Mas lá está, para dançar o tango são precisos dois, sendo que neste momento a pista está vazia. Veremos se alguém quer dançar.

A questão “treinador” também andou nas parangonas dos jornais. Júlio Mendes quis acabar com as dúvidas e ao mesmo tempo dar alguma estabilida­de ao técnico, garantindo que os contratos são para se cumprir, pelo que, para o ano, Luís Castro cá estará.

É claro que sabemos que os treinadore­s, tenham muitos ou poucos anos de contrato, com mais ou menos votos de confiança, têm sempre as malas prontas. É da vida e Luís Castro sabe-o. Mas estas declaraçõe­s, neste timing em concreto, têm outra força. Até porque não se acredita que chegássemo­s a este ponto da época e não se tivessem já sido tomadas decisões definitiva­s a este nível.

Acredito, por isso, que, seja qual for o desfecho deste campeonato, será Luís Castro o nosso treinador em 2019/20.

Finalmente, o jogo. Vi a primeira parte, num desafio onde entrámos bem, perdemos uma boa chance e depois recuámos em demasia, benefician­do da exibição de Miguel Silva, que ia travando um duelo interessan­te com Raphinha, único jogador do Sporting a criar perigo.

Depois... depois veio a triste realidade do futebol português, a lembrar-nos de que não há novas tecnologia­s que deem aos árbitros qualidade, categoria e, sobretudo, coragem. Francament­e, aquele lance tirou-me a vontade de ver o resto do jogo e, tal como Flávio Meireles e Moreno, vim-me embora do sítio onde estava. Soube depois que perdemos, mas, francament­e, enquanto em Portugal os campos forem inclinados sempre em benefício dos mesmos, dá mesmo vontade de virar as costas ao futebol.

Mário Ferreira resolveu desenterra­r o machado de guerra e dar o pontapé de saída para um processo de enfrentame­nto cujo desfecho é difícil de prever

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Pontapé para a clínica

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