O Jogo

Ganhar ou ganhar

ANTAGÓNICO Guerreiros marcam 25% dos golos no jogo aéreo; águias trituram adversário­s com muita posse e um ataque avassalado­r

- RAFAEL TOUCEDO

Abel: “Precisamos destes três pontos”

Bruno

Lage: “É só

mais uma

final”

Braga e Benfica defrontam-se esta tarde na 31.ª jornada, numa partida que pode ser decisiva para as contas do título. O JOGO foi analisar à lupa o comportame­nto de ambos em todas as vertentes

Em 2014, os Golden State Warriors começaram a dominar a NBA e assumiram como slogan “Strength in numbers” (Força em números), lema que se veio a tornar na sua cultura e filosofia de jogo. A expressão pode aplicar-se ao Benfica de Bruno Lage, pois lidera quase todos os dados estatístic­os relevantes, individuai­s e coletivos, da Liga, como a tabela de marcadores (Seferovic, 19 golos), a de assistênci­as (Pizzi, 17), o melhor ataque (87 golos), a melhor diferença de golos (+61) e o segundo melhor registo defensivo (26 golos sofridos), além de superar o rival desta tarde, o Braga, em posse de bola, passes, remates e recuperaçõ­es, como se pode verificar nos quadros em anexo nestas páginas.

E se o Benfica exerce um domínio inequívoco sobre os adversário­s, o Braga tem um jogo aéreo de excelência, que pode fazer toda a diferença esta tarde. Mas já lá vamos... Além da vantagem nos números, as águias ganharam um impulso anímico para esta partida com o empate do FC Porto em Vila do Conde (2-2, na última sexta-feira) e a possibilid­ade de garantirem, em caso de triunfo, a liderança isolada do campeonato, com mais dois pontos do que o adversário direto na luta pelo título.

E é contra este Benfica renascido com a troca de treinadore­s (Bruno Lage substituiu Rui Vitória a partir da 16.ª jornada), e depois de ter sido goleado por 6-2 na primeira volta, na Luz, que o Braga enfrenta o seu teste de fogo: o técnico Abel Ferreira nunca ganhou ao Benfica e precisa de quebrar o enguiço para que os minhotos mantenham de pé o objetivo mínimo de acabar a Liga no pódio, exigido pelo presidente António Salvador quando a luta pelo título passou de ambição a miragem. O Braga chegou a ter mais sete pontos que o Sporting, mas os leões foram recuperand­o terreno aos poucos, ultrapassa­ndo os arsenalist­as na classifica­ção.

Analisando os golos das duas equipas, verifica-se que a grande maioria, em ambas, é obtida em posição frontal à baliza rival, dentro da área e no aproveitam­ento de muito jogo pelos flancos, a toda a largura do campo, portanto.

Dos 51 golos (1,7 por jogo) apontados pelo Braga, realce para o facto de 43,13% (22) serem originados por cruzamento­s e 25% finalizado­s de cabeça (13 golos, oito deles da autoria de Dyego Sousa). Este poderio aéreo dos atacantes bracarense­s, tal como dos seus defesas-centrais, pode dizer-se que é a principal arma de Abel para fazer história esta tarde, contrastan­do com o poderio das águias em várias vertentes.

Nos 87 golos (2,9 por jogo) que fazem do Benfica um dos melhores ataques da Europa, o jogo aéreo não é tão relevante (apenas 17%, ou seja, 15 golos, foram de cabeça, de 33 originados por cruzamento­s, o que dá 37,93%). Estes nú

meros dispararam com Bruno Lage ao comando: no mesmo número de jogos que Rui Vitória, levou as águias a festejarem mais 25 golos que com o seu antecessor, o que contribuiu para dar o salto do quarto lugar em que pegou a equipa, a sete pontos do FC Porto, para o primeiro lugar da classifica­ção no arranque da 31.ª jornada (os campeões nacionais entretanto empataram em Vila do Conde e têm nesta altura mais um ponto do que o Benfica).

Quanto à distribuiç­ão de golos por períodos do jogo, os da casa marcam de forma equilibrad­a, enquanto o Benfica tem o seu pico de produtivid­ade nos últimos 15 minutos de jogo (já leva 19 golos dos 76’ aos 90’).

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