O Jogo

“Falta acabar com cha

- ANTÓNIO PIRES

“Não é seguro que o Sérgio Oliveira fique”

Tem 43 anos e chegou em agosto ao PAOK como diretor para o futebol e depois, em novembro, com plenos poderes de diretor desportivo. Ajudou o clube a quebrar jejum de 34 anos e ambiciona mais ainda

Matosinhen­se e adepto confesso do Leixões, Mário Branco foi um dos artífices do títulodoPA­OK,34anosdepo­is do anterior, e vive dias de felicidade e ambição.

Qual foi o segredo para a conquista do título?

—Estabilida­de e algum sentimento de injustiça que se apoderou da equipa pela forma como o título escapou na época passada. Houve autoestima e orgulho feridos, o que permitiu à equipa fazer das fraquezas forças. E conseguimo­s dotar a equipa em janeiro, quando precisávam­os de um empurrão decisivo, de jogadores importante­sparaestec­ampeonato a todos os títulos notável. O PAOK fez uma época extraordin­ária a todos os níveis. Em 29 jornadas temos 25 vitórias e quatro empates, ainda ninguém nos venceu. Esperamos também fechar a época com chave de ouro. Apurámo-nos para a final da Taça, dia 11, e esperamos ganhá-la – contra o AEK –, o que acontecer será pelo terceiro ano seguido.

Quando foi contactado pelo PAOK, o título foi-lhe colocado como meta?

—Havia dois objetivos: primeiro, reconquist­ar o título que escapava há 34 anos e, segundo, implementa­r ferramenta­s de gestão que permitisse­m ao PAOK ser mais competitiv­o nas janelas de transferên­cias, na perspetiva de ter jogadores jovens que pudessem criar rendimento desportivo e também financeiro.

Chegou em agosto, como preparou a época?

—Nos últimos 15 dias de agosto ainda tive alguma influência na janela de transferên­cias. Mas, a principal influência que tive foi em janeiro. O jogador mais velho que contratámo­s foi o Sérgio Oliveira, com 26 anos, baixámos a média etária sem perder qualidades. Foi nesse mix que conseguimo­s ter o empurrão para o título.

Onde pode chegar o PAOK?

—Este clube, com a capacidade financeira que o presidente Sobre o futuro de Sérgio Oliveira, Mário Branco revela: “Está cá por empréstimo do FC Porto e nós temos uma opção de compra, mas não é seguro que fique para o ano. Independen­temente disso, o que o Sérgio nos deu, ficando ou não, é algo que permanecer­á como importante na preparação da próxima época”, contando ainda: “Para algumas pessoas foi um milagre termos conseguido contratá-lo, com o seu passado em Portugal e no FC Porto, mas o Sérgio acreditou em mim e no PAOK. Estou convencido de que não está arrependid­o e está muito satisfeito de ter vindo para cá.”

garante e a estabilida­de que dá, pode estar entre as 20,30 melhoresda Europa. Porque mantendo este rumo pode dominar o futebol grego, não como o Olympiacos que ganhou 16 de 18 campeonato­s, mas de uma forma constante e ser presença assídua na Champions.

Jogar na Champions é fundamenta­l?

—É pela parte financeira, mas também porque o PAOK nunca jogou à fase de grupos. Se fizermos a dobradinha, inédita, e se formos à Champions, será o ramalhete completo e entraremos na história do PAOK, o que é importante para qualquer profission­al

Como olha para o seu percurso já assinaláve­l?

—Este é o quinto país onde trabalho, admito queé um currículo interessan­te, apesar de não serem as ligas de primeiro plano. Se me pergunta se gostava de ter feito esta carreira toda em Portugal, digo que gostava de ter trabalhado noutro nível em Portugal. Depois de quatro anos no Estoril, que foram os melhores anos da história do clube, podia ter tido outro desafio a um nível mais elevado. Não houve essa oportunida­de, então decidi aceitar na altura o Hajduk Split, uma equipa grande da Croácia, da ex-Jugoslávia, que luta pelo título, e aplica-se o mesmo agora ao PAOK. Não tendo a possibilid­ade de trabalhar num grande em Portugal, quis trabalhar num clube que me desse essas condições no estrangeir­o.

Mário Branco considera que o ataque ao mercado de janeiro foi fundamenta­l na caminhada rumo ao título “Se fizermos a dobradinha e formos à Champions, será o ramalhete completo” “Depois de quatro anos no Estoril, que foram os melhores do clube, podia ter tido outro desafio a um nível mais elevado em Portugal” “Se alguém merecia levantar o troféu, era o Vieirinha. É um capitão na verdadeira aceção da palavra”

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