PRÍNCIPES DA EUROPA
MÁRIO SILVA: “É a resposta para quem duvida da formação do FC Porto”
Primeiro-ministro António Costa deu os parabéns
ao FC Porto Fernando Gomes destacou “conquista
brilhante” Luís Gonçalves: “É um momento histórico para os portistas e para os portugueses”
Fábio Vieira, Diogo Queirós Afonso Sousa e marcaram os golos dos campeões europeus de sub-19
FC PORTO É A PRIMEIRA EQUIPA PORTUGUESA A VENCER A PRINCIPAL PROVA DE FUTEBOL DE FORMAÇÃO DE CLUBES
O triunfo foi indiscutível e a festa tremenda, testemunhada por emigrantes que fizeram os miúdos sentirem-se em casa. A Youth League era o troféu que faltava a Portugal e chegou à terceira final
“Asfinaisnãosejogam.Asfinais ganham-se. Isto é à FC Porto”, atirou Afonso Sousa, com a voz embargada poucos minutos depois de escrever o nome na história do clube: o FC Porto bateu o Chelsea por 3-1 e é a primeira equipa portuguesa a conquistar a UEFA Youth League. A prova europeia, criada a 2013/14, era praticamente a única que faltava a Portugal e conquistou-se à terceira final, depois de o Benfica ter sido finalista vencido em duas ocasiões. Orientados por Mário Silva, os jovens dragões venceram oito dos dez jogos da competição, marcaram 24 golos, sofreram apenas seis, só concederam uma derrota e vingaram-se dos blues, que na época passada, nas meias-finais, levaramamelhornospenáltis.Qual espinha encravada, a convicção de que desta vez a taça ia para a Invicta era palpável na comitiva portista, que nesta final-four sempre respirou tranquilidade. Autoritário do princípio ao fim com o Hoffenheim na meia-final, ontem, nem o melhor início de jogo do Chelsea nem o golo do empate conseguiram abalar o FC Porto, que num abrir e fechar de olhos se recolocou em vantagem. O troféu é uma herança forte deixada pelos líderes “Diogos”, Costa, Queirós e Leite, mas esta geração promete ainda ter muito para dar, à boleia do potencial de jogadores como Romário Baró e Fábio Silva. No entanto, mais do que as individualidades, sobressaiu um coletivo coeso, com suplentes que até podiam ser titulares.
O “lago” azul invadiu o pequeno estádio de Colovray, paredes meias com a sede da UEFA. O apoio foi constante e os emigrantes – uns nem sequer eram portistas, outros fizeram mais de 100 quilómetros para ver o jogo – partilharam a euforia que explodiu no apito final, depois dos golos de Fábio Vieira,DiogoQueiróseAfonsoSousa. Mário Silva levou logo um banho dos suplentes, enquanto no relvado se viam lágrimas, mãos na cabeça, corridas desenfreadas em direção aos SuperDragões,telemóveisempunho para eternizar o momento nas redes sociais e meia dúzia de invasores de campo. Mais que uma festa, soou a uma espécie de grito de revolta. “Muitas vezes se duvida da nossa formação, mas aqui está a prova que está viva, bem viva. Queremos continuar a trabalhar para conquistar mais”, vincou o treinador, que já tinha sido campeão europeu enquanto futebolista e, logo no primeiro ano a treinar os juniores, entra para a história do clube e do futebol português. Numa final disputada sempre com elevação e respeito, os portistas fizeram
“É um momento histórico para os portistas e todo o futebol português. Que os vencedores sintam orgulho em ser dragões”
Luís Gonçalves
Diretor-geral do FC Porto “O FC Porto demonstrou, no mais exigente dos palcos, todo o trabalho, talento e qualidade do jovem jogador nacional”
Fernando Gomes
Presidente do FC Porto
guarda de honra a um Chelsea que já tinha estado duas vezes na posição de vencedor. Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, entregou as medalhas e a taça coube a Lennart Johansson, marcante ex-presidente da UEFA, que deixara a Taça UEFA e a Liga dos Campeões nas mãos de Vítor Baía e Jorge Costa, em 2003 e 2004. Desta vez a honra coube a Diogo Queirós. E a Diogo Leite. E a Fábio Esteves. E a Ángel Torres e a... bom, um a um, todos os jogadores levantaram a taça na tribuna como se cada um fosse o capitão. A festa rapidamente passou para o balneário e continuará hoje (13h30) no aeroporto Francisco Sá Carneiro, com o desejo de que isto seja apenas o começo.