O Jogo

FOGUETES GUARDADOS HÁ OITO ANOS

FUTSAL O sonho começou em 2011. Aí, o Sporting chorou a primeira de três finais perdidas. Ontem, Lisboa vibrou e fez a vénia ao novo campeão europeu Comitiva leonina exibiu a “orelhuda” pela cidade depois de escrever mais uma página de glória na modalidad

- FREDERICO BÁRTOLO

Os vencedores da Liga dos Campeões de futsal voltaram a Portugal e foram recebidos em euforia. Tratou-se de quase 48 horas de loucura para os atletas do Sporting, isto depois de conquistar­em em Almaty, no Cazaquistã­o, ante o Kairat (2-1), a vitória maior do clube na modalidade. A festa dos atletas durou pela madrugada de segunda-feira e, após um voo de 12 horas, prosseguiu em Lisboa. Recebidos por 200 pessoas em Figo Maduro (15h00), a comitiva verde e branca circulou pela capital para mostrar o troféu. 500 leões esperavam-na junto aos Paços do Concelho. Dieguinho foi o primeiro a quebrar o protocolo e a acorrer aos pedidos dos fãs. João Matos, capitão de equipa e já campeão europeup ela Seleção em 2018, não largou a taça na viagem de autocarro. “Vim sempre com ela, porque ontem [domingo] os meus colegas não me deixaram chegar perto [risos]”, atirou o fixo. “Não mudaram as técnicas ou astáticas. Sentimos uma união extraordin­ária nesta semana em que estivemos no Cazaquistã­o”, analisou Matos, presente nas quatro finais europeias. Depois, o salão nobre acolheu os leões e o edil do concelho, Fernando Medina, expressou a honra: “Voto que seja a primeira de muitas. Não nos podíamos deixar de associar a esta conquista, ainda para mais na nova prova.”Poi sé, o leão fica para a história até por isso: ergueu a primeira Champions, a sucessora da UEFAFut sal Cup. O presidente verde e branco largou a oferenda, um Santo

António verde, para constatar a emoção. “Tinha de ser assim... no primeiro ano como Liga dos Campeões... Passamos a ter 34 títulos europeus em sete modalidade­s. O futsal merecia há muito”, referiu Varandas. Lá fora, na praça, pedia-se para se abrirem as cortinas. E a “orelhuda” lá voltou a ser erguida no ar. O João Rocha foi o palco seguinte. 3500 pessoas, pelo menos mil na quadra, aplaudiram os heróis. Nuno Dias passou por uma chuva de calduços e já não chorava como na véspera, assumindo a satisfação: “Estamos felizes, orgulhosos. Agora étempoderi­r.Tenhodeapr­ender a festejar melhor as vitórias. Estamos para sempre marcados na história do futsal europeu, português e do Sporting, e ganhámos a edição mais difícil de sempre.” Miguel Albuquerqu­e, responsáve­l pelas modalidade­s e durante muitos anos o diretor do futsal, foi assertivo: “Não era uma obsessão para eles, mas para mim começava a ser.” Merlim viu o golo da final ser o melhor da final-four, mas deixa uma dica curiosa: “Tenho dores no pé esquerdo e é assim, com a biqueira, que me apoio para rematar.” Os alarmes dispararam às tochas de fumo, enquanto o funk brasileiro tomou conta do palco. “Valeu a pena esperar”, cantaram os atletas. Não foram 24 horas de espera – foram oito anos. Em 2011, frente ao Montesilva­no, foi a primeira de três finais perdidas. Na penúltima, em 2016/17, Bruno de Carvalho criticou os jogadores pela derrota por 7-0 ante o Inter Movistar. Também isso aumentou a festa.

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 ??  ?? Deo e Dieguinho com os adeptos junto à CML
Deo e Dieguinho com os adeptos junto à CML
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João Matos com a Taça no Pavilhão João Rocha

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