O Jogo

UMA FUTURA GESTORA COM OS OLHOS NA BALIZA

Francisca Nazareth, avançada de 16 anos, é uma das esperanças portuguesa­s para o Europeu de sub-17, que decorrerá na Bulgária, entre os dias 5 e 17 de maio

- PAULO NUNES TEIXEIRA

Jovem atacante do Benfica frequenta o 11.º ano, já sabe o que tenciona fazer além do desporto-rei e, dentro de campo, gosta de ter bola nos pés, distribuir jogo pelas colegas e disparar tiros certeiros

Francisca Nazareth tem 16 anos e a cada palavra sobre futebol feminino, a modalidade que pratica, sente-se um entusiasmo natural e empolgamen­to, quase como se estivesse no relvado. A avançada do Benfica prepara-se para participar no campeonato da Europa de sub-17, que decorrerá na Bulgária entre os dias 5 e 17 de maio, e em conversa com O JOGO, Kika, como é conhecida, revelou que só tem olhos para a baliza, embora destaque que o coletivo está acima das individual­idades. “Também jogo a dez, no meiocampo. Gosto de ir para frente, ter bola, distribuir jogo, sempre a olhar para a baliza e gosto de ganhar”, refere Francisca, que tem em Jéssica Silva, internacio­nal A portuguesa, uma fonte de inspiração. “É muito talentosa. Não digo que gostaria de ser como ela, mas gostava de fazer muitas das coisas que ela faz. Ela pega na bola e leva tudo à frente, só vê a baliza como eu gosto, mas aqui somos nó senão eu ”, completa.

A estudar no 11.º ano, Francisca já tem bem definido o que ambiciona quanto ao futuro profission­al, pois sabe que o futebol jogado terá um limite temporal .“Desde pequenina,e muito por causados meus primos, que gostava de seguir gestão desportiva. Quero continuar sempre ligada ao futebol e espero conseguir conciliar os estudos com o futebol”, vinca.

Já com minutos pela equipa principal do Benfica – foi lançada nos últimos instantes do dérbi solidário com o Sporting –, Kika não começou a jogar futebol há muito tempo. “As mi

Francisca Nazareth nhas primas jogavam futebol, mas nada a sério. Eu jogava no parque atrás da minha casa e as pessoas passavam, viam-me e mandavam umas bocas com indicações: ‘vai para ali, vem para aqui’”, recorda. Seguiu-se uma incursão pelo futsal. “Jogava com amigos. Depois, na minha escola, havia um clube de futsal e jogava lá só com rapazes n’Os Torpedos”, conta.

O talento saltou à vista e depois de uma incursão pelo Fofó, Kika rumou ao Benfica, depois do Casa Pia. “O meu percurso foi sempre como avançada. Marcava muitos golos e ainda marco”, assegura, radiante com o cresciment­o do futebol feminino em Portugal. “Tem sido extraordin­ário e já aconselhei amigas da escola a jogarem. Têm aderido, para já, mais como espectador­as. O futebol feminino está a crescer de uma maneira rápida e é fabuloso ver o que as gerações futuras podem ter pela frente. É incrível e muito bom para o futebol nacional”, assegura a jovem que sonha com a seleção A. Com instinto matador e faro pelas balizas, Francisca assume que tanto no Benfica, onde joga a goleadora Darlene e Geyse, entre outras craques, como na seleção evolui com as jogadoras mais experiente­s. “Tenho aprendido comas mais velhas. Acho que nos dão uma visibilida­de diferente e mostram-nos o que é levar o futebol a sério. Acho que todas nós temos o objetivo de ser como elas.”

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