O Jogo

Campeão decide-se esta tarde

DECISIVO Aves, Rio Ave e Sporting discutem hoje o título de campeão da primeira edição da prova

- CRISTINA AGUIAR

Aves, Rio Ave e Sporting discutem o título na última jornada da prova

O Aves está em vantagem na classifica­ção, mas a matemática pode jogar a favor do Rio Ave e do Sporting, este numa situação de maior dependênci­a dos resultados dos restantes rivais

Chegou o dia decisivo para Aves, Rio Ave e Sporting, que discutem hoje o título de campeão da primeira edição da Liga Revelação. Completase então um percurso de 36 jornadas (26 na fase regular e dez no play-off de campeão) da prova criada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) com três candidatos ao título, estando o Aves numa posição com melhores perspetiva­s, mas a matemática abre caminho também ao Rio Ave e ao Sporting, embora este enfrente um cenário mais complicado.

Os avenses têm um ponto de vantagem em relação ao Rio Ave e três sobre o Sporting, por isso estão a uma vitória de agarrar o troféu, isto se ganharem ao Braga. Um empate poderá ser suficiente, desde que o Rio Ave perca frente ao Estoril. A derrota poderá não hipotecar as pretensões se os vilaconden­ses e o Sporting escorregar­em nos seus compromiss­os. A luta promete ser renhida (ver quadro ao lado). Em Vila do Conde, o Rio Ave é obrigado a ganhar ao Estoril e esperar que o Aves ceda ante o Braga. Já o Sporting, que perdeu na última jornada, precisa de vencer o dérbi com o Benfica e torcer para que os outros dois candidatos deslizem, mas terá de alcançar um resultado gordo para superar o Aves em termos de golos marcados na fase de apuramento do campeão.

A primeira edição da Liga Revelação culmina com emoção em três frentes e, sendo possível que em qualquer uma delas se festeje o título, a FPF disponibil­izou três taças. Ou seja, haverá um troféu e um elemento da Direção da Federação no Complexo Desportivo de Fão (Braga-Aves), no Estádio do Rio Ave (Rio Ave-Estoril) e no Estádio José Alvalade (Sporting-Benfica). A peça de prata é cortada e daqui emerge uma outra peça de ouro a simbolizar o triunfo de uma equipara pa na qual evoluíram talentos que se poderão afirmar nas ligas profission­ais pelos clubes que representa­m. Das 14 equipas que aderiram a este projeto, Aves, Rio Ave e Sporting ficarão na história de uma prova cujo lema é criar um novo espaço de afirmação de jovens jogadores entre os 19 e os 23 anos.

O facto de haver três candidatos ao título é um sinal positivode­competitiv­idade.Leandro Pires, treinador do Aves, até acha que “poderia haver mais equipas com capacidade lutar pelo título”, o que aumentaria a concorrênc­ia face “a três equipas muito competente­s” numa Liga que apresenta uma média de 3,04 golos por jogo, ligeiramen­te acima das médias na I Liga, II Liga e Campeonato de Portugal. A “espetacula­ridade pelos golos foi um aliciante” que Alexandre Santos, treinador do Sporting, explica pela “irreverênc­ia dos jogadores, que querem muito atacar e demonstrar valor ofensivo”.

A primeira edição da Liga Revelação termina e com uma história de alternânci­a na liderança. Curiosamen­te, cinco das equipas que hoje atraem todas as atenções passaram pelo primeiro lugar: Aves, Benfica, Estoril, Rio Ave e Sporting. “Este campeonato é muito competitiv­o, o último classifica­do podia ganhar ao primeiro e ganhava-se fora como em casa”, realça Pedro Cunha, técnico do Rio Ave, reconhecen­do a esta prova “um patamar intermédio de competição”, oferecendo aos plantéis profission­ais uma via alternativ­a de “recuperaçã­o de

jogadores que vinham de lesões prolongada­s, na qual podiam ganhar competitiv­idade e ritmo, como aconteceu com Ronan, Murilo e Joca”, revelou.

O Aves, na fase de apuramento do campeão, sofreu apenas uma derrota e deixou para trás um histórico “com algumas” reviravolt­as no marcador, contribuin­do par aos 15 porcento de jogos em que houve uma mudança radical da condição de quem estava em vantagem. “Marcar nos últimos minutos caracteriz­a a nossa crença, os jogadores acreditam no trabalho deles e sentem que podem conseguir uma vitória até ao último segundo”, explica Leandro Pires.

Estas declaraçõe­s são contributo­s para percebermo­s que a Liga Revelação foi, afinal, uma boa ideia da Federação Portuguesa de Futebol, que agrada aos clubes que nela participam e que é um espaço novo de revelação de jovens talentos que, sem esta nova competição, teriam muito poucas hipóteses de evoluir para uma equipa principal.

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