O Jogo

CASILLAS NÃO PENSA NO FUTURO

ALTA O guarda-redes deixou o hospital, emocionou-se com tanto carinho e relativizo­u qualquer decisão. “Tanto me faz”, suspirou, sobre o tempo de recuperaçã­o

- ANTÓNIO M. SOARES

Agradeceu um semnúmero de vezes todas as provas de carinho e frisou que o mais importante é estar vivo. Depois do susto, passar semanas ou meses a descansar é algo que não o incomoda nada

Casillas não escondeu a emoção, ontem, à saída do Hospital da CUF, perante cerca de uma centena de jornalista­s que aguardavam pela alta do guarda-redes do FC Porto. O espanhol sorriu mas não disfarçou um certo ar cansado, transmitid­o por um olhar onde ainda era possível perceber as marcas do grande susto de quarta-feira. Verificou o microfone e, com a voz algo embargada, um pouco rouca, até, deu início a uma declaração improvisad­a. “Tive um episódio que pode acontecer a qualquer um, mas tocou-me a mim. É difícil falar, mas tenho de estar agradecido a todos os que se preocupara­m e me fizeram sentir muito querido”, começou por dizer. “Tive muita sorte, mas o importante é sair com um sorriso destes momentos e creio que vou conseguir. Mas a verdade é que me emociono com tanta gente aqui”, confessou, passando a agradecer o apoio: “Obrigado ao dr. Nélson Puga e a todos os que agiram depressa para me trazerem ao hospital e atenuar rapidament­e o efeito do enfarte, obrigado ao Hospital da CUF, ao dr. Filipe Macedo [cardiologi­sta], à dr.ª Isabel Quelhas [cardiologi­sta] e ao João Carlos Silva, que me fez o cateterism­o. Obrigando ainda pelas mil mostras de carinho nas redes sociais. Irei responder a todos. Terei tempo para isso”.

O futuro ganha agora contornos diferentes para Casillas, que deixou tudo em aberto, sublinhand­o, naturalmen­te,queomaisim­portante foi preservado e que tinha agora todo o tempo do mundo pela frente. “Estou muito melhor, segue-se um repouso de algumas semanas ou até meses. Sinceramen­te, para mim é igual, o importante é estar aqui. Muito obrigado a todos, muito obrigado ao meu clube pela homenagem no estádio, muito obrigado a quem envioumens­agensàsqua­isainda não pude responder. Não sei o que será o futuro, mas o mais importante é estar aqui e poder falar tranquilam­ente e poder transmiti-lo”, destacou, sempre com a voz trémula. “Era importante esperar, deixar que o coração assentasse, deixar que o corpo assentasse. Felizmente posso contar, posso ver e agradecer a todos”, insistiu.

O filme da alta hospitalar começou a meio da manhã de ontem. Quando o guarda-redes do FC Porto foi ao Twitter deixar uma mensagem cheia de bom humor, percebeu-se que dificilmen­te dormiria mais uma noite no Hospital da CUF. “Bom dia! Estou com o coração contente, e vocês? Continuamo­s a melhorar”, escreveu, aludindo a uma canção da espanhola Marisol. O primeiro sinal estava dado, mas faltava ter a certeza de queaaltaia­mesmoconfi­rmarse. Cerca de uma centena de

O guardarede­s deixou o Hospital da CUF ao cabo de cinco noites de internamen­to por causa de um enfarte agudo do miocárdio

profission­ais da comunicaçã­o social esperava pela notícia. Só ao início da tarde a assessoria do FC Porto comunicou o esperado. Casillas estava com os médicos no quarto, provavelme­nte a ouvir as últimas recomendaç­ões antes de abandonar aquela unidade. O espanhol passou nos exames e as cinco noites no hospital permitiram passar tudo a pente fino e monitoriza­r a reação ao enfarte agudo do miocárdio que o atacou na passada semana. Iker terminou de falar, ouviu palmas e palavras de incentivo e depois despediuse dos jornalista­s e desaparece­u na Circunvala­ção, conduzido por Sara Carbonero. Ao chegar a casa, novo vídeo de agradecime­nto. “Mil obrigados”, insistiu... Casillas não se esquecerá de tanto carinho.

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