Mas o leão deu oito a quem?...
B elenenses? Qual?... E o Sporting estufou mesmo oito bolas no barbante de um dos seus rivais lisboetas? Se calhar não... A surra no Jamor vai constar do histórico? Isso vai dar insónias a especialistas. Foi um pontapé nos dentes que dói mas passa, ou uma facada num cenário de cartão suscetível de definir para que lado é Belém? A certeza é a tristeza de tudo isto. Com a sua licença, leitor, conto-lhe que a minha carreira como jornalista n’O JOGO (foi sorte...) começou no acompanhamento do Belenenses (foi muita sorte...). Impossível ficar indiferente a dirigentes de primeira água como Baptista da Silva, Jaime Monteiro, Sequeira Nunes, Cabral Ferreira; inconcebível ter um dia mau com Marinho Peres e seus plantéis pulsantes, cheios de sangue bom. Assisti à formação da SAD. Era tudo uno e indivisível. Quem entrou no Belenenses em 1999, saiu para o novo século melhor em tudo. Agora vogamos neste azul cheio de pontos de sombra. Os 8-1 que a equipa da Codecity encaixou podem ter espantado o pouco público que lhe restava e agora se consola no exemplo da maioria: apoiar o Belém que se tem por genuíno, feito de Salésias e Restelo. Azul e de cruz ao peito é o distritalmente primeiro da I Divisão – Série 2 da AF Lisboa, já promovido. Sem prejuízo dos grandes profissionais que tem, alheios a quem armou esta lã de cão (diz-se assim na Ajuda, onde o Belenenses foi religião), a SAD salta mais à vista como sucedâneo empresarial de um projeto afundado e sem inocentes – quando a Codecity apareceu com o “bom” e forrou os cofres da SAD, ninguém se queixou... Mas qual o Belenenses real? (Aí está de novo o ponto de interrogação.) Saberemos um dia. A verdade tem aquela mania de ser uma só. P.S. Venho do concelho de Oeiras. Tirando Lisboa e Almada, é o mais belenense de todos. Por lá, tenho um amigo chamado Hélder. É Belém até aos ossos. Disse-me anteontem que já nem sabe por quem chorar. A tristeza de tudo isto é essa.