O Jogo

A VARIAÇÃO QUE NÃO ENTRAVA NAS CONTAS

Sporting e Tondela não disputaram um grande jogo, mas o resultado esteve em aberto até final. Leões quase uma hora com menos um dividiram pontos

- Textos MÁRIO DUARTE

Beirões em superiorid­ade numérica escaparam à derrota, foram premiados com um ponto, mas até ameaçaram amealhar três. Leões perderam duas peças nucleares para o Dragão: Ristovski (expulso) e Coates Na despedida de 2018/19 a Alvalade, não se assistiu a um grande jogo de futebol, antes a um bom espetáculo, com desfecho imprevisív­el, dada a incerteza no resultado que se foi avolumando até ao apito nal. Ponto prévio: o Tondela, abaixo da linha de água, precisava mais de pontos do que o Sporting, que jogava em casa, perante o seu público e com a responsabi­lidade daí adjacente, mas a lutar apenas pela quimera de ver o FC Porto ser hoje batido na Choupana para discutir o acesso à Champions na ronda final, marcada para o Dragão. Foi nesta conjuntura que os homens de Pepa entraram em campo: num dos primeiros lances da partida, Tomané aproveitou uma asneira de Borja, deixou Mathieu para trás e mostrou ao que os beirões iam a Alvalade, apostados em bater o pé a um leão que vinha de barriga cheia da ronda anterior (1-8 ao Belenenses SAD). Já avisados, os homens de Keizer, que voltaram a ser dispostos em 4x3x3, não permitiram muitas mais veleidades aos visitantes, tomaram conta das operações e chegaram ao golo ainda na aurora do encontro, por penálti convertido por Bruno Fernandes, naquele que deverá ter sido o seu último jogo em Alvalade. O segundo golo não chegou, mas surgiu um vermelho direto descortina­do com recurso ao VAR: Tiago Martins interrompe­u o encontro, alertado por Vítor Ferreira, e expulsou Ristovski, por falta sobre Juan Delgado, aos 37 minutos.

O jogo não voltaria a ser o mesmo: primeiro porque o Sporting, reduzido a dez, se apresentou­maiscontid­oeabrigou-se no pragmatism­o de defender a vantagem magra que merecia proteção; depois porqueoTon­delaganhou­umnovo fôlego e ousou aspirar a algo mais no jogo. Na segunda parte, e já com Xavier em campo, por troca com João Pedro, os beirões surgiram mais audazes e com menor reverência para com os leões – o 7 do Tondela entrou para desafiar o adaptado lateral-direito Borja e ia tirando partido da sua irreverênc­ia. O Sporting, porém, recusava ser submisso e por uma, outra e mais uma vez ainda ia ameaçando o segundo, que teimava em não aparecer, fosse por inépcia na finalizaçã­o, falta de destreza e até alguma sorte – que faz parte da equação – na defesa, nomeadamen­te por parte de Cláudio Ramos.

Como está descrito nestas páginas, o leão não matou, acabou abatido: logo após um lance em que se gritou golo em Alvalade, com um remate acrobático de Mathieu, “feito” por instantes ponta de lança – o central de 35 anos foi incansável no apoio ao ataque, até aos 90’+4’ –, o Tondela aproveitou uma distração do irrepreens­ível Bruno Fernandes e fez o golo a pouco menos de meia hora do fim. As oportunida­des de golo sucederam-se nas duas balizas até final, já com Bas Dost em simultâneo com Luiz Phellype na frente de ataque dos leões e a tática atirada às malvas, mas prevaleceu o empate que põe fim a uma série vitoriosa de dez jogos dos leões e premeia um Tondela que se recusou a ser um mero convidado para a despedida dos anfitriões a Alvalade. O Sporting perdeu mais do que dois pontos: o expulso Ristovski e Coates levam a nova defesa no Dragão.

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Bas Dost entrou para deixar o leão com dois dianteiros

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