O Jogo

A revolta serve-se fria

Quem disse que o V. Setúbal estava desfalcado, em Chaves, só porque lhe faltavam quatro castigados? Arrumou a permanênci­a em 15 minutos e deixou os flavienses a fazer contas

- MÓNICA SANTOS

Com um quarto de hora de jogo, os sadinos já venciam por 0-2, perante o desconcert­o do Chaves que, como noutras ocasiões, atinou tarde. A permanênci­a decide-se em Tondela

“Isto não acabou aqui”, avisara o presidente do Vitória de Setúbal, há uma semana, depois de ter perdido três pontos para o Boavista e quatro jogadores (três expulsos) para a discussão da permanênci­a, em Chaves. Porta-voz fiel de um balneário em lágrimas, Vítor Hugo Valente viu, ontem, a equipa confirmar aquelas palavras. A revolta viu-se transposta para o relvado transmonta­no, já sem o fatal destempero emocional, apenas com uma tremenda vontade de fechar as contas. Bastaram 15 minutos: aos 6’, Rúben Micael meteu uma bola para Allef, mais rápido do que os centrais a fazer o 0-1 e ao quarto de hora os adeptos sadinos festejavam o segundo, com um passe de Mikel, na esquerda, para o cabeceamen­to de Mendy, que saltou a fazer o 0-2, enquanto António Filipe e os centrais se precipitav­am numa aflição que está para durar até à última jornada, em Tondela.

Sem que houvesse tempo sequer para reparar na ausência dos expulsos Semedo, Zequinha, Cádiz (o melhor marcador de um dos ataques mais pobrezinho­s do campeonato) e ainda de Berto, os sadinos tinham o jogo na mão e o Chaves atarantado. Mota trocou um trinco por um avançado, mas, lá do alto da torre da televisão, onde cumpriu castigo, viu a equipa terminar a primeira parte sem um remate à baliza. Até para isso foi preciso a ajuda do V. Setúbal: Sílvio fez penálti sobre Platiny e, aos 64’, Bruno Gallo empurrou os transmonta­nos para o jogo, já só com três defesas e Niltinho e Bressan a tornarem-nos realmente perigosos. Postos à prova os reflexos da defesa sadina, ainda houve um pico de adrenalina, quando Artur Soares Dias assinalou penálti de André Sousa sobre Luther Singh, mas, depois de ouvir o VAR e ver as imagens, o árbitro corrigiu a leitura e o que sobrou foi o cartão amarelo para o atacante e mais uma semana de ansiedade, até Tondela, onde se decidirá o campeonato para os dois representa­ntes do Portugal interior na liga que só tem lugar para um.

“Quando se chega a esta fase nesta posição, há muita ansiedade; umas vezes, joga a nosso favor; hoje [ontem], jogou contra nós. Resta-nos uma final” Paulo Sousa Treinador adjunto do Chaves

“Conseguimo­s os objetivos. Há que tirar ilações para o futuro, pois o Vitória de Setúbal anda há já dez anos sempre nesta situação complicada. Há que fazer alguma coisa” Sandro Mendes Treinador do Vitória de Setúbal

 ??  ?? Allef, ao centro, festeja o primeiro golo do triunfo por 2-1 que garantiu a permanênci­a aos sadinos
Allef, ao centro, festeja o primeiro golo do triunfo por 2-1 que garantiu a permanênci­a aos sadinos

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