O Jogo

EUROPA É TODA DO LEÃO

HÓQUEI EM PATINS Sporting festejou em casa a Liga Europeia e, 42 anos depois, a modalidade uniu-se a um período único: foi o sexto título em meio ano

- FREDERICO BÁRTOLO

O Sporting bateu o FC Porto, por 5-2, e sagrou-se campeão europeu de hóquei de patins. Os leões, que voltaram à final 30 anos depois, aproveitar­am a organizaçã­o da final-four para levantar a segunda Liga Europeia, que se denominava Taça dos Campeões Europeus em 1977, ano da conquista anterior. Foram precisos 42 anos para voltarem a rugir na Europa, mas a verdade é que o hóquei em patins se juntou a uma série inédita na história do clube: desde dezembro já se festejaram títulos europeus em judo, atletismo, goalball (dois) e futsal, sendo este o 27.º campeonato da Europa conquistad­o em modalidade­s coletivas, ou 35.º, se contabiliz­armos outros troféus.

Batido ainda antes do intervalo, o FC Porto continua sem sorrir em Portugal em finais europeias, tendo perdido a quinta jogada no nosso país, 12.ª no total. Essa angústia pesou no dragão, incapaz de ser equilibrad­o como na véspera. Logo aos 7’, Toni Pérez rodou para obter o primeiro golo. Reinaldo Garcia, no minuto seguinte, atirou um petardo para o empate, mas isso fez erguer-se o melhor Sporting: Vítor Hugo, que tinha ficado fora da meia-final, provou ser um finalizado­r nato. Raúl Marín ainda desperdiço­u um penálti, mas Ferran Font não perdoou de livre direto. Gonzalo Romero evitou uma situação de 3:2 e patinou meia pista para o 4-1, aos 24’.

Ao intervalo, o João Rocha quase explodia de euforia, mas o Sporting não esqueceu a tarde da véspera, contra o Benfica, que recuperou de 1-4 e só perdeu a fechar. A estratégia da equipa da casa foi, pois, temporizar no ataque e cerrar fileiras. Os leões aguentaram uma inferiorid­ade, sacaram faltas aodragões,enquantoos­livresdire­tos (Hélder Nunes duas vezes e Gonçalo Alves numa ocasião para o FC Porto; Ferran Font duas vezes) não faziam diferença. Gonçalo Alves ainda conseguiu, num tiraço, o 4-2, quando havia 11 minutos para jogar, mas André Girão foi absolutame­nte determinan­te e negou seis ocasiões claras aos azuis e brancos até Font disparar, de canhota, para o 5-2. Fal

tavam oito minutos e os azuis e brancos caíram com estrondo.

Caio, que tantos anos andou em busca da Liga Europeia, foi o primeiro a saltar da bancada (por opção técnica, ficou de fora) para festejar. Pedro Gil, que falhou duas conquistas pelo FC Porto, levou ao colo Toni Pérez e mais três colegas. Gonzalo Romero e Raúl Marín, os reforços deste ano, foram abraçados como heróis por Frederico Varandas. Este foi, aliás, um grande dia para o presidente verde e branco, que celebrou o sexto título europeu desde que foi eleito. “42 anos depois, a história volta a ser feita”, escreveu nas redes sociais.

Com muito fair play e num jogo sem atritos, os dragões foram aplaudidos na entrega de prémios e só Nélson Filipe (assobiado por beijar o emblema no final) recusou que Varandas lhe colocasse a medalha ao peito. Girão ergueu a taça logo depois, mesmo tendo sido Pedro Gil a envergar a braçadeira de capitão. O Sporting, que há sete anos estava na II Divisão, é o novo rei da Europa!

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