O Jogo

“Moral para falar? Fui sempre absolvido”

Pinto da Costa justifica o direito de falar com as absolviçõe­s no Apito Dourado

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“Só estão preocupado­s com quem é que revelou os emails”

O processo do Apito Dourado é assunto resolvido em tribunal e, na opinião de Pinto da Costa, não pode ser usado como desculpa para descredibi­lizar as suas opiniões sobre arbitragem. Já defendeu várias vezes os SuperDragõ­es, mas algumas das atitudes da claque serviram de base a uma tese construída pelo Benfica na defesa dos emails, de que o FC Porto age em permanente coação sobre os árbitros através da claque... —Isso é uma estupidez. O que acho engraçado é que aquilo que foi conhecido dos emails é gravíssimo. E a primeira tese do Benfica é de que aquilo era falso; era inventado. Entretanto acabou essa tese. É tudo verdadeiro, mas ninguém se preocupa em analisar e em julgar. É quem foi que inventou, quem é que disse aquele... Eu tenho a certeza de que, ainda hoje, porque ele não disse quem foi, no FC Porto não se sabe quem nos mandou [os emails]. Agora, ninguém veio dizer que aquilo não existia ou era inventado. É verdade. Só estão preocupado­s com quem é que revelou. Se eu for avisar a polícia de que está ali um indivíduo para o matar, eles querem lá saber se você morre; ficam é preocupado­s sobre quem me avisou que o vão matar. Isto diz tudo. E há a hipocrisia do secretário de Estado do Desporto [João Paulo Rebelo], que sabe que há claques, porque o Benfica tem o campo interdito por causa do comportame­nto das claques – que nunca cumpre por causa de habilidade­s –, e continua como se nada fosse. Não tem uma atitude, não tem nada? A resposta que vão dando é que o sr. Pinto da Costa não

tem moral para falar... —Tenho moral para falar. E por ter, é que estou a responder a tudo o que me perguntam. Sim, mas acha que o passado ficou esclarecid­o? —Não tenho a mínima dúvida. Se fala do Apito Dourado, fui dez vezes a tribunal e em cinco fui totalmente absolvido.OMinistéri­oPúblico,creio que por indicação da dra. Maria José Morgado ou do anterior procurador, tinha ordens para recorrer, com razão ou sem ela. Recorreram sempre e sempre fui ilibado. Se for acusado de me roubar a carteira, for julgado e ficar provado que não, fica complexado com isso? Tive o caso dos seguranças, por suposta segurança ilegal... Alguma vez me viu com um segurança? Não, não viu. Nem ninguém. Até em Lisboa ando sozinho e dizemme que não o deveria fazer. E, no entanto, fui a tribunal porque andava com seguranças. Fui absolvido, o MP recorreu. Sabe o que disse o tribunal? Que estavam a agir de má-fé e absolveram-me novamente. Vou ficar complexado, eu que nunca andei com segurança, por ter sido acusado de ter andado com seguranças? Era o que faltava. Por isso é que falo e estou à vontade para dizer que daqui a 20 anos, tal como nós ainda falamos no Calabote, vamos falar de Vila da Feira, Braga e Vila do Conde – este campeonato será conhecido como o campeonato de Vila da Feira, de Braga e de Vila do Conde.

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