Bruno fora da caixa
1Desta vez não foi nas quatro linhas que Bruno Fernandes deu mais um banho de bola. É verdade que marcou o golinho da ordem diante do Tondela (1-1, com os leões a hipotecarem a presença na próxima edição da Champions), continuando a pressionar Seferovic na lista dos artilheiros da Liga, mas foi fora da caixa que o mágico leonino voltou a mostrar credenciais, elogiando de forma descomprometida um colega de profissão que, por acaso, até se cruzou com ele noutras aventuras (Novara) e que, por acaso, até joga no rival Benfica. Trata-se de Seferovic, o suíço que anda ali taco a taco com o português à procura de ser o maior goleador da Liga. No programa “Vamos a jogo”, da SIC, Bruno não só elogiou o comportamento do antigo colega como desejou que este continuasse a desferir golpes certeiros aos adversários, desde que não fosse ao “seu” Sporting. “Até jogarmos juntos, não tinhas feito mais de dois golos numa época. Espero que estejas grato pelas minhas assistências, porque foi graças a mim que viraste um grande ponta de lança”, disse o oito leonino. Bruno é uma lufada de ar fresco no futebol português, não apenas (e já seria muito) pelo que joga, mas pela forma genuína como fala dos adversários/colegas/amigos. Realmente é uma pena não estar cá para o ano. Mas há sempre a esperança de que surjam outros Brunos em Portugal, capazes de vestir o colete à prova de bala e fintar o fogo cruzado que anda por aí e que não é mais do que uma justificação pobre para o que não corre bem.
2Numa jornada esclarecedora, o V. Setúbal reagiu heroicamente à tempestade da ronda anterior, em que ficou sem três jogadores – expulsos –, um deles (Cádiz) fulcral no ataque, e foi a Chaves garantir a manutenção. E onde é que a equipa foi buscar as suas reservas após um trambolhão tão grande? A Nuno Pinto, jogador que lutou contra um linfoma inguinal. Vasco Fernandes, capitão, disse que a época era do colega. Assim são as verdadeiras equipas.