“Falta-me ganhar a Champions
O médio está a finalizar a 12.ª época no APOEL, onde há pouco somou o sétimo campeonato seguido. A O JOGO, o antigo jogador do Penafiel faz um balanço da carreira e aponta o que lhe falta conquistar
Aos 35 anos, Nuno Morais está a cumprir a 12.ª época no APOEL, onde acabou de conquistar o nono campeonato, o sétimo consecutivo. Isto depois de ter deixado para trás o Chelsea de Mourinho.
Quando aceitou ir para o APOEL, esperava uma caminhada como esta?
—Nunca imaginei que o percurso fosse tão bom e cheio de sucesso. Vim com a intenção de jogar assiduamente e de conseguir depois dar um salto para um país mais forte a nível do futebol. Acabei por ir ficando aqui, fazendo a minha carreira, e chegámos a este ponto comtodosestestroféus.Quando olho para trás, vejo que valeu a pena.
Algum título é o mais marcante?
—Foram todos. O sabor de ganhar é sempre bom e o facto de ter sido campeão sete vezes seguidas é histórico. Estes dez anos foram a época de ouro do APOEL e eu fico muito feliz por fazer parte dessa era.
Foi fácil sair de um Chelsea campeão com Mourinho?
—Às vezes, no momento, nem temos bem consciência do que estamos a fazer. Eu estava no Chelsea, foram uns anos fantásticos, onde aprendi bastante, mas tinha a necessidade de jogar. Eu quero jogar os jogos todos, é o que me dá mais prazer. Naquele momento apareceu uma equipa que luta por títulos e eu tinha a possibilidadedejogarmais assiduamente. Foi por aí que tomei a decisão.
A aposta em Chipre era para jogar com regularidade e depois dar o salto. O que o levou a ficar?
—As coisas estavam a correr bem e, para mudar, teria de valer realmente a pena. Estou num clube que luta por títulos, que paga honestamente, é como se fosse a minha casa, e sempre mostrou
“Em 2011/12 sentia que tinha a chance de ir à Seleção”
Com 17 internacionalizações, entre sub-20, sub-21 e Seleção B, Nuno Morais nunca foi chamado à Seleção Nacional. Uma decisão que atribui ao facto de jogar numa liga periférica, mas que aceitou sem mágoas. “O grande motivo é o facto de estar em Chipre. Não digo que deveria ter ido, claro que cada pessoa toma as decisões a pensar no melhor, mas sentia que podia haver essa possibilidade em 2011/12, quando fiz um excelente trabalho nas provas europeias. Mas sempre respeitei as decisões e não guardo mágoa”, explica o médio, expressando um desejo: “Espero que os meus filhos concretizem esse sonho e que eu esteja lá para ver.”
Nuno Morais elege o momento alto da carreira: o penálti marcado ao Lyon que ajudou à qualificação para os “quartos” da Champions em 2012
“Estou num clube que luta por títulos, que paga honestamente, é como se fosse a minha casa”
“Momento mais alto? O penálti marcado ao Lyon que ajudou à qualificação para os ‘quartos’ da Champions em 2012”
“Já estou a tirar o curso de treinador em Chipre, não a pensar no amanhã mas no futuro, que é importante”
uma vontade imensa de ficar comigo. É como amor à camisola.
O que lhe falta conquistar aí e no futebol?
—[risos] Sei lá, não penso nessas coisas. Penso no dia a dia, em dar o meu melhor, trabalhar para o clube, para mim, em melhorar diariamente, ganhar o próximo jogo... O que mefaltaganharaquiéa Champions e a Liga Europa.
Acha possível um brilharete de uma equipa cipriota semelhante ao do Ajax?
—Sinceramente, tudo é possível, mas é muito difícil. Nós, em 2012, fizemos um percurso excecional e fomos até aos quartos de final da Champions, tínhamos uma equipa fantástica, e sem dúvida que se pode repetir. Claro que é difícil, mas pode acontecer.
Qual o momento mais alto da carreira?
—Tive um percurso muito bom. Desde que comecei no Penafiel, a passagem pelo Chelsea, até agora no APOEL, foram sempre momentos de sucesso e conquistas. Mas o momento especial foi, sem dúvida, o penálti que marquei aqui contra o Lyon na Champions, pois deu-nos a passagem para os quartos de final, em 2012. Foi um momento único e vai ficar para sempre marcado na minha memória. O Lyon tinha uma grande equipa. Nesse ano tiveram azar, ou como disse a minha esposa: “Vocês é que estavam fortes [risos]!”