O Jogo

Há que ganhar o futuro

- Paulo Baldaia

N ão vale a pena chorar sobre o leite derramado. O que lá vai lá vai e já nada se pode fazer sobre um campeonato que tivemos na mão e deixámos fugir para os rivais. A arbitragem continua a ser medíocre e o jogo dos vermelhos em Vila do Conde é o melhor exemplo de como se pode condiciona­r um campeonato. Mas há também culpas próprias que nunca serão resolvidas se não são assumidas. Houve jogos que o FC Porto não venceu por culpa própria. E ontem foi só mais um jogo daqueles em que o adversário não faz um remate à baliza durante mais de uma hora, mas depois à primeira marca golo. Agora, imaginem que ganhar ontem nos dava o título, tinha sido uma bela tarde de sofrimento para ganhar por 2-1, jogando contra 10.

Adiante. Há uma Taça de Portugal para ganhar e uma época para começar a preparar logo no dia a seguir. Sábado, temos de sair do Jamor com uma vitória categórica e ganas para ir alimentand­o, até ao dia em que a próxima época começar com a disputa de mais uma Supertaça, contra o Benfica.

Espero bem que o caminho continue a ser feito com Sérgio Conceição e espero igualmente que isso signifique, com a renovação que estamos obrigados a fazer (metade dos titulares não estará lá na próxima época), uma aposta em jogadores mais novos e contratos de longa duração.

Não sei de futebol o suficiente para me pôr em bicos de pés e, fazendo de olheiro profission­al, indicar quem podem ser os substituto­s de Casillas, de Alex Telles, de Brahimi ou de outro qualquer que acabe por sair. Nem sei quem dos campeões europeus de sub-19 pode pegar de estaca na equipa principal. Mas sei que temos como presidente do clube o homem que mais sabe de futebol.

Para ganhar o futuro, é igualmente necessário lutar com todas as forças para que se faça justiça. Não podemos esquecer, nem deixar que outros esqueçam, o conteúdo dos emails e a alta criminalid­ade organizada que o Ministério Publico acredita estar associada a um projeto de poder a favor do Benfica. Não transitou em julgado e não foi arquivado. Exige-se o aprofundam­ento da investigaç­ão. Também não podemos aceitar Paulo Gonçalves como bode expiatório de um dos mais graves casos de corrupção da justiça. Não há coincidênc­ias, foi exatamente quando a juíza Ana Peres procurou retirar o Benfica da prestação de contas à justiça que os “padres” voltaram a não ter despudor, porque sentiram que, afinal, se pode viver na impunidade. Não pode. Não aceitamos viver num país em que, por se tratar de futebol, os titulares dos órgãos de soberania assobiam para o ar como se não soubessem o que se passa.

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