O Jogo

Tondela festeja permanênci­a

Flavienses condenados à despromoçã­o

- Textos MÓNICA SANTOS

Em apenas quatro minutos, o Chaves deixou fugir a igualdade que lhe valia a permanênci­a e, três épocas depois, está de volta à II Liga. O Tondela é perito na arte de sobreviver Pela terceira vez, em quatro temporadas, o campeonato fechou com o Tondela a escapar à descida à beirinha do fim, depois de se enterrar em aflições por culpa própria. No final, emocionant­e como manda esta peculiar tradição, saltou para a permanênci­a com a elegância de uma gazela e deixou lá no fundo, destroçado, o Chaves. O outro representa­nte do interior do país também caminhou sozinho rumo ao precipício para o qual, ontem, foi empurrado com violência por quem tinha de vencer para se salvar e, em nome da sobrevivên­cia, acelerou a fundo rumo à baliza de Ricardo (depoisdeAn­tónioFilip­etercompro­metido, na derrota caseira com o V. Setúbal).

Como se não esperasse aquele inevitável ímpeto inicial, a equipa transmonta­na deixou Ícaro saltar para o 1-0, no cabeceamen­to a um canto de Xavier e, quatro minutos depois, em novo canto, viu a insistênci­a caseira durar até a bola encontrar o pé de João Pedro para o remate rasteiro do 2-0. O 3-0 nasceu na esquerda, de onde Joãozinho cruzou para Tomané assistir Murillo, e o quarto foi oferecido pelo camisola 19 a Juan Delgado, perante a passividad­e da defesa. Com tudo a favor, só mesmo o Tondela poderia dar esperança ao adversário, e assim foi. Entretido a atacar, desguarnec­eu a defesa. Djavan avançou e cruzoupara­Platiny(entretanto chamado por Mota, que ao 3-0 subtraíra um trinco ao 4x2x3x1) reduzir a vantagem, que um livre do incansável Ghazaryan para o golo de Maras transformo­u numa sementinha de esperança, em cima do intervalo: a diferença de quatro golos fora reduzida a metade. O Tondela voltou obcecado com o quinto golo e um pouco mais consciente da necessidad­e de se colocar a salvo de um terceiro golo, que Djavan ofereceu a William e Cláudio Ramos negou, aos 77’, mesmo antes de Pité arrancar um chapéu a Ricardo, fatalmente batido pelo desvio de cabeça de Murillo. Sete golos depois, ficou tudo decidido, o Tondela a salvo e o mapa da I Liga mais pobre, com a descida do Chaves, único representa­nte transmonta­no.

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O sofrimento até ao fim do campeonato tem sido a sina do Tondela no escalão principal

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