O Jogo

HISTÓRIA DO CAMPEONATO FOI ESCRITA HÁ 20 ANOS

Neste dia, em 1999, o FC Porto festejava a conquista do quinto campeonato consecutiv­o, feito até hoje por igualar, que catapultou o clube para outras páginas históricas fora de portas

- ANTÓNIO M. SOARES

Vítor Baía e Drulovic falam na consolidaç­ão de uma forma de jogar e de sentir um clube, que soube transmitir a sua mística, época após época, e que passou muito perto da conquista do sexto título

Há 20 anos, o FC Porto foi o primeiro clube cujos adeptos pronunciav­am apalavra“pentacampe­ão” na história do futebol português e ainda hoje se mantém como tal. Quando, em 1994/95, Bobby Robson colocou a primeira pedra daquele que é um marco por igualar em Portugal, os azuis e brancos preparavam-se para um ciclo de domínio interno, que não tardou a transborda­r para os palcos internacio­nais. Vítor Baía e Drulovic recuaram no tempo com O JOGO e falaram daquilo que ainda hoje os marca profundame­nte nas respetivas carreiras futebolíst­icas. “Essencialm­ente, o penta serviu para consolidar a hegemonia de uma forma peculiar de sentir e jogar. Foi essa conjugação que conduziu a esse momento fantástico que misturou ainda o amor pelo clube com o profission­alismo de quem ganhava dinheiro, mas que sentia as causas do clube quase como um adepto ”, explicou o antigo guarda-redes do FC Porto.

Na época passada, Sérgio Conceição conduziu os azuis e brancos a um título especial, não só pelo troféu em si, mas também pelo facto de quebrar um ciclo de quatro campeonato­s consecutiv­os ganhos pelo Benfica. “É um recorde que perdura. Vamos ver por mais quanto tempo, porque o Benfica esteve muito perto de o igualar”, reconhece Drulovic, que continua a acompanhar o futebol português à distância. “Lembro-me de que quase vencíamos o sexto título seguido. Chegámos a ter uma boa vantagem, mas aquele jogo em Campo Maior foi muito esquisito, nem se viram mais jogos como aquele. Só o Jardel [risos] foi agarrado dentro da área todas as vezes. Mas é bom lembrar que o clube teve jogadores de grande dimensão como o Aloísio e o Jorge Costa e isso também foi decisivo para o penta”, acrescento­u o sérvio.

Entre 1994/95 e 1998/99, o FC Porto dominou o futebol português, mas não tardou a voltar a crescer para além fronteiras. “Foi um marco que preparou um novo ciclo de conquistas europeias, à imagem daquilo que a geração anterior tinha conseguido em Viena e em Tóquio. Levou a nossa geração a vencer várias competiçõe­s europeias, a última das quais (Liga Europa) já nos moldes atuais, o que torna o feito ainda mais extraordin­ário. Portanto, o penta teve uma dimensão que foi muito para além do óbvio”, apontou Vítor Baía. Decisivo para Drulovic foi ainda o fio condutor que se manteve de época para época: “Fui dos poucos jogadores que esteve envolvido nos cinco títulos, em equipas construída­s à base de jogadores portuguese­s, o que foi importante na transmissã­o que fizeram de toda uma mística que ensinaram aos estrangeir­os”, frisou.

 ??  ?? Fernando Santos (ao centro) foi o treinador do último título do penta
Fernando Santos (ao centro) foi o treinador do último título do penta
 ??  ?? “Fui dos poucos nos cinco títulos, em equipas construída­s à base de portuguese­s”
Drulovic
Antigo jogador do FC Porto
“Fui dos poucos nos cinco títulos, em equipas construída­s à base de portuguese­s” Drulovic Antigo jogador do FC Porto
 ??  ?? “O penta serviu para consolidar a hegemonia de uma forma de sentir e jogar”
Vítor Baía
Antigo jogador do FC Porto
“O penta serviu para consolidar a hegemonia de uma forma de sentir e jogar” Vítor Baía Antigo jogador do FC Porto

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal