O Jogo

“FEITO ÚNICO NÃO FOI VALORIZADO”

GRUPO F Hélio Sousa defende que os títulos europeus de sub-17 e sub-19 ganhos por esta geração não foram devidament­e reconhecid­os

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

O selecionad­or quer que a Seleção se apresente com humildade e responsabi­lidade diante da Coreia do Sul. Aceita as altas expectativ­as e admite que fechar o grupo em primeiro lugar “é muito importante”

O arranque de Portugal no Mundial sub-20, hoje, com a Coreia do Sul, é igualmente o princípio do fim do ciclo de Hélio Sousa nas seleções jovens. Depois desta prova, o treinador vai assumir o cargo de selecionad­or do Barém, mas já escreveu o nome na história do futebol português, ao ter conquistad­o os europeus de sub-17 (2016) e sub-19 (2018) com a geração que chega agora à Polónia. Não obstante, Hélio admitiu uma pequena desilusão. “As expectativ­as foram criadas por nós, por tudo o que este grupo conseguiu ao longo destes anos. Conseguimo­s um feito único, que foi pouco valorizado. Estes jogadores foram bicampeões europeus”, atirou o treinador, com uma ressalva: “Essas conquistas não aumentam a nossa responsabi­lidade.”

No mesmo sentido, o campeão do mundo em Riade (1989) apelou à humildade do grupo, que “cresceu com o que ganhou”, mas não pode ficar à sombra disso, se quiser correspond­er às tais expectativ­as que estão criadas. “Isso não nos vai dar nada no sábado [hoje]. Se vivêssemos só disso, nem tínhamos de aparecer e o jogo estava vencido. Vamos ter de dar tudo para ultrapassa­r os nossos adversário­s, que nos vão trazer muitas dificuldad­es”, alertou Hélio Sousa, convicto que os jogadores “sabem a exigência” inerente a estas provas e que não se consideram “melhores que ninguém”. Quanto aos problemas que a Coreia pode levantar, esses passam por “jogadores tecnicamen­te evoluídos”, integrados numa equipa “organizada que nunca se permite estar por baixo no jogo”.

Sem querer fugir à filosofia de pensar jogo a jogo, o técnico admite que “ser primeiro no grupo é muito importante”. “Vamos deixar tudo dentro de campo, à procura do máximo”, afiançou, sem valorizar contraried­ades como as que forçaram a equipa a treinar num campo sintético: “Não vemos isso como um obstáculo. Nunca nos lamentámos pelas adversidad­es.”

Hélio vai tentar ganhar mais um título antes de sair para o Barém “As expectativ­as foram criadas por nós, por tudo o que este grupo conseguiu ao longo dos anos” “Se vivêssemos só dessas conquistas, o jogo estava ganho” “A Coreia é uma equipa que nunca se permite estar por baixo no jogo”

Hélio Sousa

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