O Jogo

O futebol pode ser muito injusto

- Paulo Baldaia

N o verão voltará em força a rivalidade entre os grandes do futebol português. Esta época, que ontem terminou, tinha começado com o Futebol Clube do Porto a ganhar a Supertaça e acabou com o Sporting a ganhar a Taça de Portugal. Os leões ganharam dois troféus, superando em muito as expectativ­as, nós ganhamos um e o Benfica ficou com o filé mignon.

Os três grandes ganharam títulos, mas foi o FCP que ficou mais longe dos objetivos definidos. É normal que os adeptos estejam tristes. Queremos mais, sempre mais.

Ontem, o futebol foi muito injusto, muito injusto mesmo. Nem deu para contar as oportunida­des de golo que criámos, duas bolas nos postes, imensas defesas do guarda-redes leonino. O Sporting entrou melhor no jogo, mas ao fim de 10 minutos já era o FC Porto que mandava. A primeira grande oportunida­de pertenceu, aliás, aos azuis e brancos. A equipa do FCP é claramente melhor que a do SCP. E o golo que chegou antes do intervalo colocou justiça no resultado, mas quem tem Bruno Fernandes pode sempre refazer o sentido de justiça.

Na segunda parte, o Sporting deixou de querer ganhar o jogo e o FCP teve muitas oportunida­des de golo que acabou por falhar. Com um quarto de hora para jogar, os leões tentaram dar um ar da sua graça, mas foi sol de pouca dura. Estavam completame­nte encostados às cordas. Mas, como sempre, houve um erro do árbitro (Coates devia ter sido expulso) que podia ter feito outro prolongame­nto. Não aconteceu e o Sporting marcou. Depois, fomos ao último minuto resgatar a esperança, mas nos penáltis voltámos a perder. O que se pode fazer? Nada. O Futebol Clube do Porto é muito melhor que o Sporting, foi muito superior na final da Taça, mas os jogos ganhamse pela diferença dos golos marcados e sofridos.

Para que a injustiça não nos persiga, é preciso preparar muito bem a próxima época. Estamos a precisar de uma outra equipa. Não me parece mal que muitos dos titulares vão procurar a sorte noutras paragens.

É a hora de apostar na formação, de fazer contrataçõ­es cirúrgicas, de voltar a criar uma equipa à Porto. Falhar penáltis é uma coisa que acontece a todos os jogadores, mas todos têm a obrigação de suar a camisola, de não aceitar menos que a vitória. Em muitos dos que ontem perderam pude ver isso, não apenas porque choraram a derrota mas sobretudo porque lutaram com todas as forças para dar justiça ao resultado. Não aconteceu. É da vida!

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