O Jogo

Trincão brilha no arranque do campeonato do mundo

Sub-20 começam com o pé direito

- PEDRO ROCHA

Frente a uma Coreia do Sul muito expectante, Portugal dispôs de oportunida­des suficiente­s para sentenciar o jogo no primeiro tempo. Um estranho desperdíci­o A geração de 99 de Portugal entusiasma e parece ser um poço sem fundo de talento, mas não conseguiu fazer um jogo inteiro a um nível elevado frente à Coreia do Sul, chegando mesmo a passar por um mau bocado para assegurar uma magra vitória no primeiro teste do Grupo F do Mundial de sub-20. Tratou-se de uma saudável desilusão, porque a seleção comandada por Hélio Sousa chegou a ser claramente superior, não conseguind­o, porém, materializ­ar em mais do que um golo o domínio absoluto que impôs até ao intervalo. Convém desligar rapidament­e esse complicóme­tro, pois o jogo com a Argentina é já na terça-feira e o adversário não brinca em serviço, seja qual for o escalão, com algo a fazer lembrar Maradona (os argentinos foram campeões do mundo em sub20 com ele há 40 anos) ou não.

Muito recuada no terreno e somente a (tentar) explorar as costas da defesa da seleção portuguesa, os sul-coreanos colocaram-se a jeito bem cedo e, curiosamen­te, acabaram por ser batidos por Francisco Trincão num puro movimento de transição, superiorme­nte interpreta­do por Jota, inteligent­e a rasgar pela esquerda e depois a servir o número 17, um extremo que mais parece um ponta de lança tantas são as vezes em que aparece na área a faturar. Para desgraça dos asiáticos, ainda havia Rafael Leão e os laterais Dalot e Rúben Vinagre também estavam bem afinados nos cruzamento­s para a área, mas faltava definição e, na melhor das oportunida­des para Portugal, após o golo madrugador de Trincão, Jota concluiu por cima um belo tricotado por Rafael Leão e Miguel Luís.

Tudo espremido, apesar do tal domínio da Seleção Nacional, foi manifestam­ente pouco em ocasiões flagrantes de golo e o segundo tempo revelou-se um castigo, com a Coreia do Sul a causar inexplicáv­eis calafrios através de três cantos e um par de arrancadas, ainda que atabalhoad­as. A verdade é que Portugal abanou e, durante largos períodos, parecia que estava a defrontar uma equipa com a mesma valia. Semelhante impressão perdurou até ao fim e, nessa medida, Hélio Sousa até lançou em campo Nuno Pina, um médiodefen­sivo, para conferir um pouco mais de garra à equipa e, eventualme­nte, dar uma mão aos centrais Diogo Queirós e Diogo Leite, que, mesmo nos momentos de alguma aflição, até chegaram e sobraram paraasenco­mendas.Oproblema nunca residiu ali, foi antes no meio-campo, que tão depressa baralhou o adversário como depois foi vítima da sua teia defensiva, ora em 5x3x2, quando fazia de conta que atacava (em jeito de “seguremme que vou-me a eles”), ora em 5x4x1, sempre que Portugal metia velocidade e, por entre trocas de posições e a bola bem guardada, parecia sitiar a baliza à guarda de Lee Gwang, este muito seráfico a encarar Rafael Leão (viu um golo anulado por fora de jogo), Jota e Trincão, entre outros. Incumbido de desempenha­r o papel de agitador no segundo tempo, Pedro Neto teve uma influência residual. Em modo automático, Portugal não fere, apenas segura vantagens.

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Gedson protagoniz­a um momento espetacula­r a meio-campo

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