O Jogo

“SÓ PERDEMOS TRÊS VEZES”

FERNANDO SANTOS Sem medo, lembra o percurso de Portugal sob a sua liderança e o título europeu

- FREDERICO BÁRTOLO

Selecionad­or pormenoriz­a as mudanças helvéticas e espera dificuldad­es. Jogar em casa e ter Ronaldo não pode ser pressão adicional e Santos relembra que a vitória no Euro’2016 contrariou as expectativ­as

Portugal contou ontem com 15 jogadores no primeiro treino de preparação para a fase final da Liga das Nações. Quem disputou taças no fim de semana regressará até quarta-feira, dia em que Cristiano Ronaldo volta à Seleção depois de ter falhado a fase de qualificaç­ão. A Suíça é o único pensamento da turma portuguesa e Fernando Santos, que tomou o lugar de um jogador como fora comunicado, assinalou as mudanças no rival de 5 de junho. Ganhar a primeira Liga das Nações seria um sonho?

—Seria importante, já que é a primeira vez que se disputa. Estamos nas quatro melhores equipas e desejamos ser os primeiros a vencer. Ficaríamos na história.

Como vai gerir a condição física dos atletas?

—Não podemos esquecer isso. Alguns acabaram de competir no dia 12, outros no fim de semana, nos jogos das taças. É preciso recuperá-los bem. Os jogadores têm de estar frescos física e mentalment­e para desenvolve­rem o futebol que têm. Só na quinta-feira, com todos os jogadores, começaremo­s a trabalhar mais em particular os aspetos a controlar da equipa da Suíça. É nela que pensamos, porque sem ganhar não chegamos à final. Temos 15 jogadores para já. Amanhã [hoje] chegarão Mário Rui, Nélson Semedo e Gonçalo Guedes e na quarta feira [amanhã] Beto, Danilo, Pepe, Bruno Fernandes e Cristiano Ronaldo.

Que Suíça se pode esperar?

—A Suíça é um adversário que conhecemos bem, mas a partir do meio do jogo com a Bélgica mudou. Estavam a jogar sempre em 4x4x2 e passaram para um 3x1x4x2. Resultou bem. Perdiam 2-0 e ganharam 5-2. Mantiveram-no para os jogos com a Dinamarca e a Geórgia. Posso confessar que os meus colaborado­res me avisaram para essa mudança e duvidei até perceber que era evidente esse novo modelo tático. Estão muito menos vulnerávei­s às transições. O Ricardo Rodríguez está mais fixo na esquerda e o lateral-direito [Kevin Mbabu] sobe mais. Não podemos esperar uma Suíça igual a outras ocasiões em que nos defrontou. Procuram tirar partido da profundida­de do Seferovic e do apoio do Shaqiri.

Portugal não tem margem para errar?

—Não sei quantos jogos tenho, mas há que valorizar estes jogadores, que comigo só perderam três vezes [em compromiss­os oficiais}. Portugal é campeão da Europa. Não nos sentimos inferiores a ninguém. Não é qualificaç­ão, é a eliminar, é verdade. Daí que seja uma prova diferente. Não vale a pena falar de Holanda e Inglaterra, exatamente por isso.

O público faz com que Portugal seja favorito?

—Acredito que todos vão estar connosco. A cidade do Porto está sempre presente nestes momentos. Dão-nos muita força. Não temos pressão extra por jogar em casa. Em Paris ganhámos à França, logo não somos mais favoritos agora.

Mas não é mais forte por ter o melhor do mundo?

—O Cristiano é o melhor do mundo desde 2004 e Portugal só ganhou uma vez com ele... Seríamos os maiores candidatos se fôssemos enfrentar Espanha, França ou Alemanha? Queremos ganhar e somos candidatos, mas estão aqui equipas fortíssima­s.

O João Cancelo foi operado ao nariz. Está em condições?

—Se o feedback da Juventus não fosse positivo não estaria aqui. Vai usar uma máscara. Terá de se adaptar. Existirão cuidados nesta fase, mas ele disse que estava bem.

Tem dúvidas em todos os sectores da equipa?

—O treino altera-nos algumas ideias, mas seria complicado ter uma estratégia sem ter já 80% do onze definido.

“Se estivessem aqui França, Espanha e Alemanha também seríamos favoritos?”

Fernando Santos

Selecionad­or de Portugal A Imprensa fora informada de que seria um jogador a falar, mas o selecionad­or quis arrancar a preparação

Trouxe o Danilo mesmo estando ele suspenso para o primeiro jogo.

—É uma competição curta, mas encaixa no puzzle. Pode fazer vários lugares.

Falou do Seferovic. Terá o Rúben Dias para o travar?

—Acho que o treinador da Suíça pensará o mesmo porque o Seferovic, conhecendo as valências do Rúben, pode aproveitar. É uma situação que dá para os dois lados. São nuances estratégic­as.

“A Suíça jogava em 4x4x2 e mudou para 3x1x4x2. Estão menos vulnerávei­s nas transições. Será um jogo muito difícil”

“Somos candidatos, mas não os favoritos por termos o Ronaldo. É o melhor do mundo desde 2004 e só ganhámos uma vez”

“É uma competição curta. O Danilo está suspenso para a Suíça, mas encaixa no puzzle. Faz várias posições”

“O Rúben Dias conhece o Seferovic. O selecionad­or suíço deve dizer o mesmo. Dá para os dois lados” Fernando Santos Selecionad­or Nacional

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