O Jogo

REDS TOCAM O CÉU

UM PENÁLTI DE SALAH A ABRIR E UM GOLO DE ORIGI A FECHAR COROARAM OS NOVOS REIS DA EUROPA Liverpool vence a sexta Taça dos Campeões Europeus da história À terceira tentativa, Jurgen Klopp conquista a primeira Champions

- Textos ANTÓNIO PIRES

Jurgen Klopp quebra a maldição das finais perdidas e leva os reds ao terceiro lugar isolado do pódio dos clubes com mais títulos continenta­is. Restam à frente AC Milan (7) e Real Madrid (13)

Um ano depois de perder a Champions para o Real Madrid, o Liverpool conquistou a prova pela sexta vez, impondo-se por 2-0 ao Tottenham. Um jogo que não foi nenhum hino ao futebol, longe disso, apesar do fantástico ambiente no Wanda Metropolit­ano. O desafio possibilit­ou, isso sim, a Jurgen Klopp mostrar que também sabe vencer finais: o técnico alemão levava seis seguidas a perder, incluindo duas de Champions.

Estes desafios decidem-se quase sempre em detalhes. Em Kiev, contra os merengues, os reds viram o seu guarda-redes Karius dar dois enormes frangos que condenaram a equipa ao desaire por 3-1. Ontem,Alisson justificou e amortizou grande parte dos 62,5 M€ que o Liverpool investiu para ir buscá-lo à Roma. Na segunda parte, o internacio­nal brasileiro segurou a vantagem conquistad­a na primeira com um punhado de boas defesas e ainda impediu o 2-1 nas compensaçõ­es com mais duas

O penálti cometido por Sissoko aos 22 segundos, e marcado por Salah pouco depois, foi o mais rápido de sempre na história da Liga dos Campeões

intervençõ­es.

O triunfo, esse começou num erro do rival. Estavam decorridos apenas 22 segundos de jogo quando Sissoko, com o braço bem aberto, cortou a despropósi­to um passe de Mané dentro da área. O árbitro Damir Skomina não hesitou a apontar para a marca de grande penalidade. OVAR confirmou o mais madrugador penálti da história da Champions e Salah não tremeu na cobrança aos 2’. Com um remate forte e colocado, o egípcio bateu Lloris, que adivinhou o lado da bola, e juntou o seu nome aos de Madjer, Eto’o, Drogba e Mané, os outros únicos futebolist­as africanos a marcarem num final da Taça/Liga dos Campeões.

O tento madrugador poderia

dar o mote para um jogo aberto, como aqueles a que assistimos nas meias-finais, mas nada disso sucedeu. O Liverpool não correu riscos, sinal claro de que Klopp estava mais interessad­o no resultado que na exibição. A sua equipa foi superiorme­nte comandado na defesa por Van Dijk e contou com um meio-campo de combate. No ataque, apesar de uma o outra incursão pela esquerda de Robertson, que obrigou Lloris a uma boa defesa pouco depois da meia-hora, limitou-se a tentar surpreende­r com a velocidade de Mané e Salah, dado que Firmino mal se deu por ele.

Mas o Tottenham, com mais posse de bola e centrais muito concentrad­os, não concedeu espaços. Contudo, também não arranjou forma de criar perigo até ao descanso, perdido por vezes num jogo de toque para o lado e para trás. A segunda parte trouxe uma nova atitude dos spurs e estes melhoraram substancia­lmente depois da entrada de Lucas Moura, que começou a libertar Son e Kane. O Liverpool, é certo, podia ter feito o 2-0 por Milner, mas depois foi tempo para Alisson brilhar na baliza dos novos campeões europeus. Son, um dos mais inconforma­dos nos londrinos, foi o primeiro a testar a sério o brasileiro que parou logo de seguida um remate de Lucas. Eriksen, de livre, também fez Alisson voar para desespero dos adeptos do Tottenham.

Aos 87’, Milner bateu um canto, a defesa do Tottenham falhou a tentativa de aliviar a bola, esta sobrou para Origi e o héroi das meias-finais contra o Barcelona assinou o 2-0. Mas o Tottenham não se deu por derrotado e viu novamente Alisson mostrar enorme segurança ante tiros de Rose, Son e Kane. No final do jogo, a equipa correu para o guardião brasileiro e percebe-se bem porque o fez.

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