REDS TOCAM O CÉU
UM PENÁLTI DE SALAH A ABRIR E UM GOLO DE ORIGI A FECHAR COROARAM OS NOVOS REIS DA EUROPA Liverpool vence a sexta Taça dos Campeões Europeus da história À terceira tentativa, Jurgen Klopp conquista a primeira Champions
Jurgen Klopp quebra a maldição das finais perdidas e leva os reds ao terceiro lugar isolado do pódio dos clubes com mais títulos continentais. Restam à frente AC Milan (7) e Real Madrid (13)
Um ano depois de perder a Champions para o Real Madrid, o Liverpool conquistou a prova pela sexta vez, impondo-se por 2-0 ao Tottenham. Um jogo que não foi nenhum hino ao futebol, longe disso, apesar do fantástico ambiente no Wanda Metropolitano. O desafio possibilitou, isso sim, a Jurgen Klopp mostrar que também sabe vencer finais: o técnico alemão levava seis seguidas a perder, incluindo duas de Champions.
Estes desafios decidem-se quase sempre em detalhes. Em Kiev, contra os merengues, os reds viram o seu guarda-redes Karius dar dois enormes frangos que condenaram a equipa ao desaire por 3-1. Ontem,Alisson justificou e amortizou grande parte dos 62,5 M€ que o Liverpool investiu para ir buscá-lo à Roma. Na segunda parte, o internacional brasileiro segurou a vantagem conquistada na primeira com um punhado de boas defesas e ainda impediu o 2-1 nas compensações com mais duas
O penálti cometido por Sissoko aos 22 segundos, e marcado por Salah pouco depois, foi o mais rápido de sempre na história da Liga dos Campeões
intervenções.
O triunfo, esse começou num erro do rival. Estavam decorridos apenas 22 segundos de jogo quando Sissoko, com o braço bem aberto, cortou a despropósito um passe de Mané dentro da área. O árbitro Damir Skomina não hesitou a apontar para a marca de grande penalidade. OVAR confirmou o mais madrugador penálti da história da Champions e Salah não tremeu na cobrança aos 2’. Com um remate forte e colocado, o egípcio bateu Lloris, que adivinhou o lado da bola, e juntou o seu nome aos de Madjer, Eto’o, Drogba e Mané, os outros únicos futebolistas africanos a marcarem num final da Taça/Liga dos Campeões.
O tento madrugador poderia
dar o mote para um jogo aberto, como aqueles a que assistimos nas meias-finais, mas nada disso sucedeu. O Liverpool não correu riscos, sinal claro de que Klopp estava mais interessado no resultado que na exibição. A sua equipa foi superiormente comandado na defesa por Van Dijk e contou com um meio-campo de combate. No ataque, apesar de uma o outra incursão pela esquerda de Robertson, que obrigou Lloris a uma boa defesa pouco depois da meia-hora, limitou-se a tentar surpreender com a velocidade de Mané e Salah, dado que Firmino mal se deu por ele.
Mas o Tottenham, com mais posse de bola e centrais muito concentrados, não concedeu espaços. Contudo, também não arranjou forma de criar perigo até ao descanso, perdido por vezes num jogo de toque para o lado e para trás. A segunda parte trouxe uma nova atitude dos spurs e estes melhoraram substancialmente depois da entrada de Lucas Moura, que começou a libertar Son e Kane. O Liverpool, é certo, podia ter feito o 2-0 por Milner, mas depois foi tempo para Alisson brilhar na baliza dos novos campeões europeus. Son, um dos mais inconformados nos londrinos, foi o primeiro a testar a sério o brasileiro que parou logo de seguida um remate de Lucas. Eriksen, de livre, também fez Alisson voar para desespero dos adeptos do Tottenham.
Aos 87’, Milner bateu um canto, a defesa do Tottenham falhou a tentativa de aliviar a bola, esta sobrou para Origi e o héroi das meias-finais contra o Barcelona assinou o 2-0. Mas o Tottenham não se deu por derrotado e viu novamente Alisson mostrar enorme segurança ante tiros de Rose, Son e Kane. No final do jogo, a equipa correu para o guardião brasileiro e percebe-se bem porque o fez.