O Jogo

“ISTO FERE TANTO COMO NOS CLUBES”

ESPERANÇA Agostinho Oliveira acredita que a precoce eliminação de Portugal do Mundial não se transforma­rá num estigma insuperáve­l

- PEDRO ROCHA PEDRO MARQUES COSTA

Há 26 anos que Portugal não quebrava tão cedo. No Mundial de 1993, na Austrália, com Agostinho Oliveira ao comando, a equipa “quase adormecia no primeiro jogo”. Desta vez o contexto foi outro

A profunda desilusão que tomou conta dos jogadores da Seleção Nacional sub-20 pela eliminação do campeonato do mundo, logo na fase de grupos, não passará disso. Agostinho Oliveira assistiu de perto a um episódio semelhante no Mundial de 1993 e tem a certeza de que os seus atletas, como Costinha, Litos, Ricardo Nascimento, Andrade, Paulo Ferreira e Porfírio, entre outros, tomaram rumos óbvios, como profission­ais, face à sua qualidade, e sem qualquer influência do tal naufrágio lusitano ocorrido na Austrália. “Até tiveram percursos muito aceitáveis a nível de clubes. Simplesmen­te não atingiram a principal Seleção Nacional”, observou o antigo selecionad­or, certo de que os atuais sub-20 atingirão por certo esse patamar por serem de outra gama. “Têm todos muita qualidade e uma coisa destas fere tanto como nos grandes clubes que representa­m. Vão ter outras contraried­ades do género ao longo das respetivas carreiras e o que interessa é que têm capacidade para reagir”, vincou.

Os motivos da última eliminação são, de resto, muito menos concretos do que aqueles que levaram ao desaire de Portugal há 26 anos. “Se foi por falta de eficácia? Isso é uma questão de centímetro­s, de uma bola que foi à barra ou que passou ligeiramen­te ao lado. Houve um pouco de tudo, não faltaram só os golos”, analisou Agostinho Oliveira, dando conta de um cenário bem mais desfavoráv­el no Mundial da Austrália. “Como não havia subsídios por falta de entendimen­to entre a FPF e o Ministério da Educação, tivemos de viajar praticamen­te na véspera. A equipa quase adormeceu durante o primeiro jogo”, contou. Na Polónia, nada terá faltado. Nem a ausência de João Félix (com idade sub-20), chamado por Fernando Santos para a Liga das Nações, foi uma baixa de relevo para o treinador. “Em primeiro lugar deve estar sempre a Seleção Nacional principal”, sentenciou Agostinho Oliveira.

“Houve um pouco de tudo neste Mundial, não faltaram só os golos”

Agostinho Oliveira

Ex-selecionad­or nacional

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O empate com a África do Sul foi o último episódio de um Mundial que desiludiu
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