O Jogo

Júlio Mendes, a Guerra dos Tronos e um estádio... frio

- Miguel Pedro

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Muitas novidades e notícias ao longo da semana que merecem breves análises. O rival geográfico Vitória Sport Clube (vou seguir o conselho de Bruno Lage e chamar os rivais pelo seu nome correto) teve, esta semana, uma “chicotada psicológic­a de topo”: a Direção do clube demitiu-se em bloco. Circulam rumores, nos “mentideros” do futebol, que as razões internas (falta de estrutura de investimen­to e de harmonia entre associados) apontadas pelo presidente Júlio Mendes para justificar a sua saída escondem uma candidatur­a velada à Liga de Clubes. Se for isso certo (ainda que Júlio Mendes tenha descartado a hipótese, no futebol português vale a máxima “o que hoje é verdade amanhã é mentira”…), e apesar da tradiciona­l rivalidade entre Braga e VSC, penso que o SC Braga deveria apoiar Júlio Mendes. Quem viu a Guerra dos Tronos sabe bem que, por vezes, são necessária­s alianças com inimigos para derrotar um mal maior.

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Se o início da próxima época do rival geográfico promete ser conturbada e marcada por alguma instabilid­ade, já a do Rio Ave (que se tem afirmado, também, como outro forte rival do Braga) vai em sentido contrário: com Carlos Carvalhal há fortíssima aposta para o comando da equipa, com um treinador de quem gosto muito, com estaleca internacio­nal e competênci­a mais do que atestada. A rivalidade fortalecid­a, se for justa e saudável, só pode ser boa para o futebol.

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Marafona despediuse dos adeptos do Braga com palavras emocionada­s. O guarda-redes sempre foi um dos “bemamados” do plantel bracarense, no que diz respeito à relação com os adeptos. Para a história ficará – como o próprio recordou no momento da despedida – a marca de Marafona como “o herói do Jamor”.

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A chamada de Dyego Sousa para se juntar à Seleção Nacional para a fase final da Liga das Nações é mais um argumento para os que defendem que, afinal, a época do SC Braga não foi assim tão má: a valorizaçã­o de jogadores é sempre um dos objetivos de uma época (para além dos estritamen­te desportivo­s) e, por isso, com Dyego na seleção principal e Trincão no Mundial de sub-20, os ativos do clube estão a ser valorizado­s, cumprindo-se, assim, mais um objetivo.

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Já há muito que tenho vindo a dizer (e já aqui escrevi sobre isso): o Estádio Municipal de Braga, vulgo “Pedreira”, é um mau estádio para o futebol. É uma das causas (não a principal, mas uma das causas concorrent­es) para o facto de os adeptos que se deslocarem para ver a equipa jogar em casa não serem em maior número. É desconfort­ável, frio (do ponto de vista climatéric­o e emocional), não consegue criar mística nos adeptos. O único beneficiár­io do estádio foi o seu arquiteto, pois além de generosos e milionário­s honorários, ainda ganhou um Pritzker à custa dele. Entendo bem, por isso, a recente notícia de que o SC Braga pondera construir um outro estádio, mais funcional, mais amigo do adepto. A missão não será fácil, pois construir estádios não é tarefa barata, mas a ideia é interessan­te. A ver vamos…

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