O Jogo

TANAK E NEUVILLE EM DUELO

RALI DE PORTUGAL Piloto da Toyota perdeu 12,7 segundos a fechar o dia e belga da Hyundai colocou-se a apenas 9,2. Fafe já testemunho­u duas reviravolt­as

- CARLOS FLÓRIDO MANUEL PEREZ CATARINA DOMINGOS

Amarante, com os seus 37 quilómetro­s, manteve a tradição de fazer mossa e num ápice terminou com o domínio da Toyota, que viu Latvala desistir e Tanak perder mais de metade da sua vantagem

A Toyota dominou de forma impression­ante durante dia e meio – e 11 das 18 classifica­tivas –, para em dois azares deixar perceber que vamos ter, pelo quinto ano consecutiv­o, um Rali de Portugal até ao fim, só faltando saber se mesmo até ao segundo salto de Fafe. Com Ott Tanak e Thierry Neuville separados por 9,2 segundos, tendo pelo meio Kris Meeke, a 4,3 segundos do seu colega da Toyota, tudo é possível nos 51,77 quilómetro­s que há para disputar ao cronómetro, atendendo a que essas diferenças se revelaram recuperáve­is em todas as quatro edições terminadas em Fafe, duas delas com reviravolt­a no último dia – em 2015, Ogier partiu com 16,4 segundos sobre Latvala, seu colega na VW, e perdeu por 82,s; em 2016, Kris Meeke transformo­u 3,9s de atraso em 29,7s de vantagem sobre Andreas Mikkelsen.

Durante a manhã, o Marão pouco mudou entre os mais rápidos, com Meeke e Latvala a vencerem as três classifica­tivas logo seguidos por Ott Tanak, que só de entrada sofreu um susto – corte de um tubo no sistema de travagem –, reparado pelos seus dotes de mecânico. A Toyota continuava a dominar e isso pareceu manter-se no regresso a Vieira do Minho, mas um pequeno toque de Jari-Matti Latvala viria a revelar-se fatal. O finlandês tinha danificado um amortecedo­r dianteiro e acabaria por abandonar.

Entre imenso calor e pó, Thierry Neuville e Sébastien Ogier preparavam a resposta. A segunda passagem pelos 37,6 km de Amarante, troço longo e que à tarde tem sempre pedras soltas, é um ponto decisivo desde que o rali regressou ao Norte. Tanak fazia um pião e ficava com um amortecedo­rdanificad­o.“Tive sorte em continuar”, admitiu. Mas Neuville, que já tinha sido o mais rápido em Cabeceiras de Basto, ganhava só aí 12,7 segundos ao líder, colocandos­e a 9,2s; Ogier recuperava precisavam­ente 9,2s e ficava a 21 segundos, uma margem difícil mas não impossível de recuperar. “As diferenças para os da frente são um pouco grandes e numa etapa que todos conhecem de cor será complicado chegar mais à frente”, confessou o francês da Citroën, que pode ter de adiar mais um ano o recorde de seis vitórias em Portugal.

Se Ogier vai partir como uma espécie de “ousider”, já Thierry Neuville assume querer superar Tanak e Meeke. “Dei tudo no final e aproxi

mei-me da liderança. Estamos na luta pela vitória final, mas não podemos esquecer que o Tanaktemsi­doohomemma­is rápido até agora. É muito difícil lutar com ele”, disse o belga da Hyundai.

Entre os pilotos que discutem o Mundial, não se esqueça, há ainda um Kris Meeke que já ganhou em Portugal e agora anda sorridente. “Há um ano estava no hospital e a ser despedido”,riu-se,lembrando o acidente que lhe custou o lugar na Citroën.

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