“O túnel levou-me o tetra”
A história da última época no FC Porto ainda lhe mexe com os nervos, mas a saída foi pacífica
“No último ano no FC Porto havia um grande desgaste. A cena do túnel fragilizou a equipa e fez mossa”
A sua saída do FC Porto foi na altura algo enigmática. Depois de vencer três campeonatos ....
— Quatro anos é um desgaste muito grande. Nesse ano em que saí, o FC Porto ganhou a Supertaça e a Taça de Portugal, mas perdeu o campeonato. Quando eu cheguei ao FC Porto, o presidente disse-me: há dois objetivos a conseguir: um é ser campeão, o outro é passar a fase de grupos da Champions. Nos quatro anos em que estive no FC Porto só falhei um objetivo uma vez. E falhei, muito devido àquela cena do túnel, porque durante três anos a equipa foi fazendo a sua vida, que era ganhar e fazer bons negócios. Alinhei a 120 por cento.
Foi então o desgaste?
—Sim, no último ano havia um desgaste grande. A cena do túnel da Luz provocou mossa na equipa, fragilizou-nos. A forma como foi julgado o processo do Hulk e do Sapunaru... e ainda quiseram envolver o Helton. Não é fácil, mesmo paraumtreinadorexperimen
tado, lidar com isso...
A cena do túnel roubou-lhe um título?
—Atenção que nesse ano a equipa do Benfica era forte e foi campeã com o Jorge Jesus, mas eu costumo dizer que o túnel tirou-me o tetra a mim e o penta ao FC Porto. Sem isso, as probabilidades de ganharmos o título eram iguais como foram nos anos anteriores. Jogávamos muito bem, um futebol de ataque, como eu gosto que as minhas equipas joguem. Até podia perder o título, mas perdê-lo naquelas condições não foi a coisa mais bonita que aconteceu no futebol português.