A saloiada toda está muito à frente
Sucesso dos técnicos portugueses no estrangeiro é algo que deixa o professor orgulhoso
Para muita gente, colegas de profissão inclusive ou principalmente, você é simplesmente o professor. De onde é que vem isso?
—Dos tempos em que ensinava no ISEF e onde iniciei uma “guerra” na perspetiva de poder ajudar a formação de treinadores. Esse professor ainda está ativo e tem orgulho do que fez. Hoje, há cursos de treinadores felizmente.
E bons treinadores também...
—Nós somos dos melhores do mundo, é sempre um orgulho muito grande ver este êxito português. Não há ponta de inveja em relação ao que estão a fazer os treinadores portugueses. Em Inglaterra, em França, na China, na Arábia Saudita...
Encontra uma razão para tantos casos de sucesso?
—Ao que se está a passar chama-se talento. Nós temos talento para o futebol, mas não é só para o futebol. Nós não sabemos o que é que os engenheiros fazem, o que é que os médicos fazem, o que conseguem os investigadores, porque o futebol é muito mediático e facilmente chega às pessoas. O talento português produziu os jogadores que conhecemos e naturalmente os treinadores também. Os treinadores fizeram uma formação e estão apetrechados. Ter talento é estudo, é perspicácia, mas acima de tudo é paixão. “Nós somos dos melhores do mundo, é um orgulho muito grande ver este êxito português”
E em que é que diferem dos outros treinadores estrangeiros?
—Os treinadores portugueses são mais ingénuos, são mais terra a terra, são mais “saloios”... É o que diziam... Só que esta saloiada toda já passou por eles há muito tempo. Somos melhores treinadores no campo, na comunicação, e na gestão dos grupos, o que é muito difícil em futebol.