O Jogo

O PAÍS DO CONFLITO ... e a seleção que o redime

- Fora da caixa Joel Neto neto.joel@gmail.com

Já aqui comparei a Liga das Nações à Taça da Liga, e ainda não será hoje que me vou desdizer. Mas a Liga das Nações também não é a Taça Intertoto, nem a Taça da Liga é hoje o que já foi. É pelo menos possível que a Liga das Nações se transcenda, como aquela que constitui hoje a terceira competição portuguesa – já à frente da Supertaça – se transcende­u. E, se não fosse mais nada, a vitória de Portugal na primeira final seria sempre um investimen­to no futuro. Um dia que a prova tenha outro prestígio, seremos nós a figurar à cabeça do palmarés. E, sobretudo, este triunfo vem constituir um padrão. O Portugal de 2016 já não é a Grécia de 2004 ou a Dinamarca de 1992. Acabou-se o “foi uma vez”, o “foi por acaso”, até o “foi um preto que ‘amandou’ um chouriço”, expressões que me fartei de ouvir nos últimos três anos. O Portugal de 2016 já nem sequer é o Portugal de 2016: é Portugal. É um país que ganha. Que ganhou e que tornou a ganhar. O que, desde logo, oferece a Ronaldo mais um elemento de distinção em relação a Messi, cuja Argentina – antes dele campeã do mundo duas vezes e sul-americana num total de 14 – continua a colecionar fracassos. E a Fernando Santos o estatuto, não só de mais importante treinador da nossa história, mas de treinador que, inclusive, foi capaz de fazer e repetir com gerações diferentes. Portugal ganhou e voltou a ganhar. Primeiro com Ronaldo mas no jogo decisivo sem ele. Depois sem Ronaldo e na fase final com ele. Entretanto, foi introduzin­do na equipa as estrelas que se impunha, preparando a introdução daquelas que se imporá em breve e, sempre que foi preciso, desencanta­ndo soluções tão inusitadas como bem-sucedidas. Deu gosto ver. Dá gosto ver, e eu mal posso esperar pela defesa do título europeu. Apostava já dois salários em como daremos luta.

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