“Dá para continuar a evoluir e fazer melhor”
GILBERTO DUARTE Lateral-esquerdo, há três anos a jogar fora do país, primeiro no polaco Wisla Plock e depois no Barcelona, visitou O JOGO e disse que há margem para Portugal fazer mais
Meia distância do Barcelona admite que as equipas portuguesas surpreenderam nas competições europeias e acredita que também a Seleção Nacional vai alcançar o tão desejado apuramento
Em período de mudança de clube, entre o Barcelona e o Montpellier, Gilberto Duarte falou a O JOGO sobre o grande ano do andebol nacional.
O que ouve lá por fora sobre esta época do andebol português?
—A informação que chega de fora diz que o andebol português está em crescimento, a viver sensações muito positivas. Vários jogadores e treinadores dizem que o campeonato português está a crescer; as campanhas europeias dos clubes portugueses deixaram marca este ano.
Estes resultados deixaram alguns surpreendidos?
—As pessoas não estavam a contar, mas isso significa que as equipas portuguesas fizeram mesmo boas campanhas. Este é um ano muito importante para o andebol português, elevámos a fasquia a um nível tal que temos de aproveitar bem este momento. Se no apuramento da seleção tudo correr bem, teremos de aproveitar para dar não um, mas dois passos em frente. Este ano, mostramos que Portugal sabe jogar andebol.
Isso também significa um aumento da responsabilidade...
—Significa, mas jogadores, treinadores, dirigentes e presidentes têm de estar preparados para essa responsabilidade. Não faz sentido estarmos a lutar para chegar a este nível e deixar de trabalhar para crescer mais. A responsabilidade aumenta para todos.
Depois do que fizeram Sporting e FC Porto, na Champions e na EHF, pode
pedir-se mais?
—A Liga dos Campeões não acaba nos “oitavos” e a EHF não acaba nas meias-finais. Dá para continuar a evoluir e fazer melhor. A mentalidade tem de ser essa, os clubes já viram que é possível chegar a um certo nível, agora é manter e melhorar.
Desde que deixou o FC Porto, há três anos, o andebol português deu mesmo um grande salto?
—Deu, deu. Apesar do que disse antes, passar aos oitavos de final da Champions não é fácil e o Sporting discutiu o acesso aos quartos de final com dois bons jogos, as pessoas não estavam à espera. O FC Porto chegaràfinal-fourdaTaçaEHF com as equipas que tinha, e eliminando o Magdeburgo, que naquele momento estava em primeiro na liga alemã, também foi mesmo muito bom.
Falta um ponto à seleção. Estamos no Europeu?
—Eu vou responder que estamos quando nos apurarmos. Entre aspas, estamos numa situação “complicada”, porque estamos muito perto, mas como ainda não está assegurado, estamos longe. Não podemos perder o foco, temos de nos manter concentrados, saber o que temos de fazer e resolver depressa.
Se Portugal não se apurar na Roménia, ainda tem um jogo em casa com a Lituânia...
—O jogo até é no Norte, porque dizem que é o onde o público adere... Não estamos a pensar que o primeiro jogo vai correr mal, mas se precisarmos do jogo aqui... Por outro lado, saber que há essa margem pode não ser bom. Temos de pensar jogo a jogo. Se no primeiro der, fazemos a festa, se não der, mantemos a calma e aí sim teremos o apoio de todos os portugueses, no pavilhão, em todo o lado, a dar-nos força para esse último passinho que nos faltará.
“Estamos muito perto doEuropeu, mas como ainda não está certo, estamos longe. Não podemos perder o foco...” “Este é um ano muito importante para o andebol português, elevámos a fasquia a um nível tal que só temos de aproveitar bem este momento”