O Jogo

“Mudou o acreditar que somos capazes”

Ambição Presidente da Federação de Andebol de Portugal olha para o futuro com otimismo e diz que quer ver a Seleção Nacional mais vezes nas grandes competiçõe­s

- RUI GUIMARÃES MIGUEL LARANJEIRO

Líder da Federação sublinha o valor da Seleção Nacional, acredita que a equipa das Quinas vai jogar o Europeu de 2020 e convocou “todos” para Matosinhos, no domingo, se festejar o apuramento

Miguel Laranjeiro, presidente da Federação de Andebol de Portugal, falou em exclusivo a O JOGO.

Estamos em vésperas da Seleção A voltar a jogar. Estando a um empate do apuramento, qual o seu estado de espírito?

—De grande confiança num grupo de atletas e numa equipa técnica que está muito focada no apuramento. Hoje é consensual que a Seleção Nacional tem qualidade, valia e vontade para estar no próximo Europeu. Será também um prémio para uma geração de jogadores que merecem estar nos principais palcos. Espero por um momento festejado por toda comunidade do andebol, que se revê na sua seleção. O apelo que faço é que vão todos a Matosinhos, no domingo, para apoiar e festejar com a nossa equipa.

Ver a seleção tão próximo de voltar a uma grande competição, tendo a última presença sido no Europeu de 2006, é mais um sonho que está prestes a realizar-se ou um objetivo próximo de se alcançar?

—Esse é um dos objetivos do nosso mandato e de todos os que gostam de andebol. Mais do que sonhos, temos de ter objetivos a alcançar com a ambição que nos caracteriz­a. Há mais de 13 anos que a nossa principal seleção masculina não está num palco internacio­nal, mas foi sendo feito um trabalho de base, nos clubes, na ida de jogadores para campeonato­s europeus e numa aposta na formação que está a dar resultados. Nada surge por acaso e esperamos ter frutos nos próximos anos para apresentar aos adeptos da modalidade.

O que mudou para que a seleção, finalmente, chegasse a uma quarta de seis jornadas em condições ótimas para se apurar?

—Mudou a ambição e o acreditar que somos capazes. E somos capazes de grandes sucessos, como se viu na vitória categórica frente à França, uma das melhores seleções do mundo. Acreditar e trabalhar para que aconteça tem sido a base do sucesso. Somos capazes de apresentar um excelente andebol, com resultados, e estou certo que vamos demonstrar isso nos próximos dias e com continuida­de nos próximos anos.

Manter a Seleção Nacional nas grandes competiçõe­s é

a próxima meta?

—Esse é uma das metas do projeto Rumo 2028. Não queremos apenas ter uma participaç­ão episódica num Europeu ou num Mundial. Temos de ter a coragem, a capacidade e o saber querer manter essa presença ao mais alto nível ao longo da próxima década. E vamos conseguir. Temos os pés assentes na terra, mas temos de ser permanente­mente exigentes connosco próprios. Se acreditarm­os que a estrutura da FAP, a equipa técnica, os atletas, todos podem fazer sempre um pouco mais e melhor, isso é mais do que meio caminho para lá chegarmos.

O que traz isso de bom ao andebol português?

—Por um lado, eu disse desde a primeira hora que, para além de uma gestão responsáve­l e equilibrad­a, o andebol necessitav­a de uma forte projeção mediática que a alavancass­e a

“Hoje é consensual que a seleção tem qualidade, valia e vontade para estar no próximo Europeu” “Somos capazes de grandes sucessos, como se viu na vitória categórica frente à França” “Não queremos apenas ter uma participaç­ão episódica num Europeu ou num Mundial”

outras dimensões. A presença da seleção A num palco de eleição é uma das formas mais eficazes para essa projeção. Queremos que os poderes públicos reconheçam o andebol como merece, que os jovens olhem para a modalidade como uma oportunida­de e que os adeptos encham os pavilhões para apoiar as equipas e a Seleção Nacional. Por outro lado, a competitiv­idade e a experiênci­a de um Campeonato Europeu dá aos atletas uma qualidade que depois é importada para o Campeonato Nacional. Só temos a ganhar com a nossa presença nesses palcos.

As seleções jovens também estão nos Mundiais, o que parece assegurar o futuro a longo prazo. Concorda?

—Esse tem sido um dos sucessos do nosso trabalho. Quando temos as seleções sub-21 e sub-19, masculinas e femininas, nos campeonato­s europeus e mundiais, quer dizer que há um trabalho de base que está a ser feito e que resulta. Todos sabemos que tem de ser um trabalho persistent­e para mantermos a consistênc­ia. Há um grande investimen­to no programa de deteção de talentos, nos centros de treino regionais, na quantidade de jogos internacio­nais que são disponibil­izados a estas seleções, tudo com o objetivo de lhes dar competitiv­idade e experiênci­acomseleçõ­escongéner­es. São pilares do nosso trabalho.

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